A Boeing apresenta hoje, 28 de abril, seus resultados operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2021 (1T21), encerrado em 31 de março, totalizando 77 entregas de aviões comerciais e US$ 561 milhões de prejuízo no período.
A fabricante americana relatou receita no primeiro trimestre de US$ 15,2 bilhões, 10% inferior aos US$ 16,9 bilhões do período homólogo de 2020, principalmente impactada por menores entregas do 787 e volume de serviços comerciais, mas parcialmente compensada por maiores entregas do 737 e maiores receitas do KC-46A Tanker.
A Boeing registrou fluxo de caixa operacional de US$ 3,4 bilhões negativos no período, 21% menor do que os US$ 4,3 bilhões negativos no primeiro trimestre do ano anterior.
“Estou orgulhoso do progresso que nossa equipe global fez em nossos negócios no primeiro trimestre, conforme continuamos a transformar nossa empresa, fortalecer nossos processos de segurança e sustentar investimentos essenciais para o nosso futuro”, disse o presidente e CEO da Boeing, Dave Calhoun.
Aviões Comerciais
A receita da divisão de aviões comerciais (Boeing Commercial Airplanes) no primeiro trimestre de 2021 diminuiu para US$ 4,3 bilhões (US$ 6,2 bilhões no 1T20), afetada por entregas menores do 787, mas parcialmente compensadas por entregas maiores do 737.
Foram 77 entregas no período, divididas entre o 737 (63 unidades), o 747 (1), o 767 (5), o 777 (6) e o 787 (2). No 1º trimestre de 2020, haviam sido 50 aeronaves entregues, sendo 5 unidades do 737, 10 do 767, 6 do 777 e 29 do 787.
A Boeing comenta que continua progredindo no retorno seguro ao serviço do 737 MAX em todo o mundo, além de estar trabalhando em estreita colaboração com a FAA e clientes para resolver problemas elétricos identificados em determinados locais na cabine de comando de aviões 737 MAX selecionados.
Desde a aprovação da FAA para devolver o 737 MAX às operações em novembro de 2020, a Boeing entregou mais de 85 aeronaves do modelo e 21 companhias aéreas retornaram suas frotas ao serviço, voando em mais de 26.000 voos regulares, totalizando mais de 58.500 horas de voo (até 26 abril de 2021).
O programa 737 está atualmente produzindo a uma taxa baixa e a fabricante continua esperando aumentar gradualmente a produção para 31 por mês no início de 2022, com aumentos graduais adicionais para corresponder à demanda do mercado. A empresa continuará avaliando o plano de taxas de produção à medida que monitora o ambiente do mercado e se engaja nas discussões com os clientes.
A Boeing também retomou as entregas de 787 no final de março, após análises abrangentes para, segundo ela, “garantir que cada avião atenda aos mais altos padrões da empresa”.
Durante o trimestre, o programa 787 consolidou a migração da linha de montagem final para a unidade localizada no estado da Carolina do Sul e fez a transição para a taxa de produção anunciada anteriormente de 5 aeronaves por mês.
A fabricante ainda comenta que continua a trabalhar em estreita colaboração com os reguladores globais em todos os aspectos do desenvolvimento do 777X, incluindo seu rigoroso programa de testes, e a empresa ainda espera entregar o primeiro 777X no final de 2023. Conforme anunciado anteriormente, a taxa de produção combinada do 777 com o 777X está em transição para 2 aeronaves por mês.
A divisão comercial da Boeing obteve, no 1T21, pedidos de 100 aeronaves 737 da Southwest Airlines, 25 aeronaves 737 da United Airlines, 23 aeronaves 737 da Alaska Airlines e quatro aeronaves cargueiras 747 da Atlas Air.
A carteira de pedidos inclui mais de 4.000 aviões a serem produzidos, avaliados em US$ 282,6 bilhões.
Defesa, Espaço e Segurança
A receita do primeiro trimestre na divisão de Defesa, Espaço e Segurança aumentou para US$ 7,2 bilhões, um crescimento de 19% sobre os US$ 6,0 bilhões do 1T20, refletindo principalmente a maior receita do KC-46A Tanker devido a pedidos de 27 aeronaves e à ausência de encargos relacionados ao programa, mas parcialmente impactados por uma cobrança antes dos impostos de US$ 318 milhões no programa VC-25B, em grande parte devido aos impactos da COVID-19 e problemas de desempenho em um fornecedor importante.
Durante o trimestre, a Boeing Defesa, Espaço e Segurança recebeu contratos dos Lotes 6 e 7 para 27 aeronaves KC-46A Tanker para a Força Aérea dos EUA, um contrato para 11 aeronaves P-8A Poseidon para a Marinha dos EUA e a Real Força Aérea Australiana, e contratos para seis helicópteros Bell Boeing V-22 Osprey para a Marinha dos EUA e a Força Aérea dos EUA.
A Defesa, Espaço e Segurança completou o primeiro voo e entrega do F-15EX para a Força Aérea dos Estados Unidos, conduziu com sucesso o teste de motor do Sistema de Lançamento Espacial Green Run e iniciou a produção do treinador avançado T-7A Red Hawk.
Outros destaques do trimestre incluem o primeiro voo da aeronave não tripulada Loyal Wingman para a Royal Australian Air Force e o primeiro voo da aeronave KC-46 Tanker para o Japão.
A carteira de pedidos da Defesa, Espaço e Segurança era de US$ 61 bilhões em 31 de março de 2021, dos quais 31% de pedidos de clientes fora dos EUA.
Serviços Globais
A receita do primeiro trimestre de Serviços Globais diminuiu para US$ 3,7 bilhões, contra US$ 4,6 bilhões do mesmo período de 2020, impactada principalmente pelo menor volume de serviços comerciais devido à COVID-19.
Durante o trimestre, a Boeing Serviços Globais recebeu um contrato de equipamento de suporte em solo e logística para a Força Aérea Real Marroquina, bem como um contrato de reparo de equipamento aviônico para F/A-18 e AV-8B para a Marinha dos EUA.
A Serviços Globais também entregou o 50º 737-800BCF – Boeing Converted Freighter (737-800 de passageiros convertido para cargueiro) e introduziu o EA-18G Growler para o Programa de Modificação da Marinha dos EUA.
O relatório completo de resultados da Boeing pode ser acessado clicando aqui.