Boeing 737 começou a decolagem com outro avião cruzando a pista em incidente no Canadá

Um incidente publicado nessa semana pela autoridade de segurança dos transportes do Canadá (TSB) mostra que um Boeing 737 iniciou a aceleração para decolagem quando outro avião do mesmo modelo estava cruzando a pista, em um incidente no dia 21 de novembro.

Segundo relatado pelo The Aviation Herald com base no reporte do TSB, um dos aviões envolvidos foi o Boeing 737 MAX-8 de matrícula 9Y-CAL, da Caribbean Airlines, realizando o voo BW-607 de Toronto, na Canadá, para Georgetown, na Guiana.

Boeing 737 MAX-8 da Caribbean Airlines

Quando se aproximando da pista em taxiamento, os pilotos teriam sido autorizados pelo controlador de tráfego aéreo da Torre a decolar da pista 15L, prosseguindo com o taxiamento para a posição na cabeceira e iniciando a decolagem.

O outro avião foi o Boeing 737 MAX-8 de registro C-FLDX, da Flair Airlines, realizando o voo F8-149 de Halifax, no Canadá, para Toronto. Ele pousou em Toronto e foi autorizado a cruzar a pista 15L enquanto o 9Y-CAL acabava de começar sua aceleração de decolagem.

Boeing 737 MAX-8 da Flair – Imagem: formulanone / CC BY-NC-SA 2.0, via Flickr
O 9Y-CAL prestes a entrar na pista e o C-FLDX taxiando em direção ao cruzamento dela, instantes antes do incidente – Imagem: FlightRadar24

O controlador da torre logo reconheceu a situação e instruiu os pilotos da Caribbean Airlines a rejeitarem a decolagem, quando o jato estava ainda em baixa velocidade.

O TSB canadense relatou que o controlador posteriormente explicou que o voo BW-607 não havia sido autorizado para decolagem, apesar da autorização emitida anteriormente.

Depois que o F8-149 cruzou a pista, o BW-607 foi liberado para decolagem.

O F8-149 estava cruzando a pista na taxiway T, que fica a cerca de 9200 pés (2.800 metros) da cabeceira 15L. Os pilotos de ambos os 737 MAX não podiam se ver devido à geografia da pista, que se inclina para baixo em ambas as extremidades.

O TSB classificou a ocorrência como um incidente reportável do tipo “perda de separação” e uma ocorrência de Classe 5.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias