Boeing 747 teve severa falha de motor e foi desviado para pouso em emergência

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Avião Boeing 747-400F Cargolux
O Boeing 747 envolvido no incidente – Imagem: Mark Harkin / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Um Boeing 747 precisou fazer um desvio para pouso de emergência após uma severa falha de um de seus quatro motores, e nesta segunda-feira, 19 de abril, a autoridade de investigação do Canadá (TSB) apresentou um relatório com detalhes sobre a situação. Veja a seguir como foi o incidente e, logo após, o que os investigadores já levantaram sobre o caso.

Como tudo havia ocorrido

A aeronave envolvida no incidente, ocorrido em 3 de abril, foi o Boeing 747-400 registrado sob a matrícula LX-TCV, operado pela companhia aérea europeia Cargolux, quando estava realizando o voo de número CV-7756.

O Jumbo Jet havia partido de Calgary, no Canadá, com destino a seu hub operacional em Luxemburgo, no norte da Europa, e levava 3 tripulantes a bordo da operação cargueira. O grande jato já mantinha o nível de voo de cruzeiro de 31 mil pés de altitude (FL310) pouco mais de 1 hora e meia após a decolagem, quando a tripulação precisou desligar o motor #4 (externo da asa direita), um Rolls-Royce RB211.

A aeronave deu meia-volta e retornou a Calgary para um pouso seguro na pista 35L cerca de 2 horas e 40 minutos após a decisão pelo retorno. Os serviços de emergência inspecionaram a aeronave e a tripulação informou que havia sérios danos ao motor #4. A aeronave posteriormente taxiou para o pátio.

O Boeing 747 iniciando o retorno – Imagem: RadarBox

Detalhamento da investigação

Segundo o portal The Aviation Herald, nesta segunda-feira o TSB relatou os detalhes a seguir descritos, sobre o que já determinou até o momento em relação ao incidente.

Cerca de 100 minutos após o início do voo, a tripulação ouviu um grande estrondo associado a vibrações e flutuações de N1 (parâmetro que indica a velocidade de rotação do conjunto de rotores de baixa pressão) do motor #4.

A tripulação então reduziu a manete de potência para marcha lenta, os parâmetros do motor se estabilizaram inicialmente, porém, o EGT (parâmetro que indica a temperatura dos gases de exaustão do motor) começou a subir até chegar à indicação vermelha de limite máximo.

Os pilotos, portanto, executaram a lista de verificação de danos graves ao motor e concluíram que o motor deveria ser desligado, assim o fazendo. Eles declararam “PAN PAN” ao Controle de Tráfego Aéreo (ATC), indicando que tinham uma situação urgente, mas não emergencial, e iniciaram um desvio para Winnipeg, no Canadá, coordenando com o ATC a necessidade de alijar combustível para reduzir seu peso de pouso.

Porém, como a situação estava sob controle e após consulta com o despacho da companhia aérea, a tripulação decidiu ser mais adequado retornar a Calgary. Mesmo assim, os pilotos declararam “Mayday” ao ATC e realizaram um pouso emergencial seguro em Calgary. Não há detalhes sobre o porquê da decisão pela posterior declaração de emergência.

Os investigadores também levantaram a informação de que a manutenção havia substituído o motor #4, e ele havia produzido indícios de vibração nas duas pernas do voo anteriores à da ocorrência, porém, não encontraram anomalias nas inspeções após os dois voos.

A investigação continua em andamento, e ainda não foram apresentadas informações sobre quais foram os danos sofridos pelo motor.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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