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Boeing 757 é tomado a força pelo governo de Cabo Verde

Uma medida extrema foi adotada pelo governo cabo-verdiano, que esta decidido a reestatizar a companhia aérea nacional.

Foto de Anna Zvereva

O anúncio veio pela própria administração da Cabo Verde Airlines, antiga TACV, que em 2019 teve o controle privatizado após a venda de 51% das ações ao grupo que controla a islandesa Icelandair. Os novos donos vieram com uma proposta bastante ousada, com renovação de frota e o objetivo de transformar Cabo Verde em um verdadeiro Hub do Atlântico Sul, conectando a África às Américas e Europa.

No entanto, a proposta não avançou como esperado, parte devido à falta de rentabilidade, somada às burocracias, mas também devido à pandemia. Com o Coronavírus, as operações ficaram suspensas por meses e apenas agora se ensaiava uma retomada. Isso também não prosperou com a briga entre controladores e o governo (acionista minoritário) e os bilhetes tiveram a venda suspensa por 14 dias, após o arresto de um dos jatos.

De matrícula D4-CCG, o jato 757-200 foi fabricado em 1990 e entregue para a Icelandair, que o subalugou para diversas empresas aéreas. Ele estava na Cabo Verde Airlines, mas já com pedido de saída para voltar à Islândia. Porém, segundo a rádio francesa RFI, o avião foi apreendido e a empresa aérea será reestatizada, sob a alegação de “interesse público estratégico e segurança nacional”.

“Neste momento o governo está a agir em nome dos superiores interesses de Cabo Verde. Em momento próprio, se houverem pontos que ficaram por resolver, serão anunciados ao país”, declarou a ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Filomena Gonçalves.

O futuro da aeronave agora é incerto, já que praticamente não existe viabilidade para voos domésticos e a empresa pode sofrer boicote internacional por violar a Convenção da Cidade do Cabo, que prevê devolução de bens móveis, como aviões, mesmo em situações de Recuperação Judicial ou nacionalização.

Cabo Verde assinou esta convenção da ONU e pode sofrer sanções por possíveis violações. Agora, a batalha se encaminha para o meio jurídico e pode atrapalhar os planos de retomada da companhia de bandeira do país.

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