Início Indústria Aeronáutica

Boeing ainda tem uma lição de casa a fazer, se quiser certificar o 737 MAX 7 este ano: FAA

Imagem: Anna Zvereva, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

A Boeing corre para certificar o modelo 737 MAX 7 antes do final de dezembro, mas a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) disse que a fabricante ainda não está pronta para tal. A informação foi dada pela agência de notícias Reuters, que teve acesso a uma carta enviada pelo regulador americano à empresa aeronáutica.

Na carta, a FAA diz à Boeing que está preocupada com alguns registros ainda faltando para a certificação da aeronave e quer saber dos “prazos realistas para receber os documentos restantes”. A agência disse que a Boeing deveria entregar todas as Avaliações de Segurança do Sistema (SSAs) restantes até meados de setembro se quisesse cumprir seu cronograma para a certificação do modelo.

A carta estava datada de 19 de setembro e, àquela época, “menos de 10% dos SSAs haviam sido aceitos pela FAA e outros 70% desses documentos estavam em vários estágios de revisão e correção”. Os outros 20% não haviam sido entregues ainda. A FAA disse que “o que mais preocupa, no entanto, é que a Boeing ainda não forneceu um arquivamento inicial para seis dos SSAs pendentes” e que “muitos desses documentos levarão um tempo considerável para serem revisados ​​devido à sua complexidade e sua relação com a segurança geral da nova aeronave”.

Corrida da Boeing

A Boeing tem um prazo final de dezembro para obter a aprovação da FAA para as variantes do 737 MAX 7 e 10, ou terá que cumprir os novos requisitos de alertas de cabine, que podem atrasar significativamente as aprovações. Esses novos requisitos fazem parte de uma lei aprovada no Congresso Americano, que visa conferir mais segurança e mais informações aos pilotos.

No entanto, isso significa que todas as aeronaves certificadas a partir de janeiro de 2023 devem ter essa nova configuração de alertas e que a Boeing teria que mudar muita coisa nas cabines dos 737 MAX 7 e MAX 10, se eles não puderem ser homologados até o final deste ano.

O Congresso pode optar por estender o prazo para a Boeing, considerando que tanto o MAX 7 quanto o MAX 10 estão em etapa final de certificação. Se o prazo não for estendido, a Boeing demorará muitos meses para adaptar as cabines dos protótipos e refazer muitos dos testes já concluídos na configuração atual.

Isso é tudo o que a fabricante não quer e, enquanto isso, o tempo está correndo.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
Sair da versão mobile