Boeing aposta que Brasil puxará duplicação do mercado latino-americano de aviação

A Boeing aponta que o mercado da aviação latino-americana deverá dobrar em 20 anos, e que o Brasil será o responsável por puxar este crescimento.

Aeroporto Congonhas Boeing Brasil
Aeroporto de Congonhas em São Paulo

Os números apontam que, nos últimos 10 anos, o mercado já dobrou, e a expectativa da IATA e da Boeing Brasil é de uma expansão de 3,6% anualmente nos próximos anos. E quem irá liderar este crescimento serão as companhias de baixo-custo.

“As companhias aéreas low-cost são o motor para o crescimento na América Latina”, afirma Darren Hulst, Diretor Geral de Análise de Mercado e Suporte de Vendas da Boeing.

A expectativa é alta: serão necessários 2.960 novos aviões para suprir esta demanda crescente, sendo que 1.160 destes serão para renovação de frota e 1.800 para a expansão, mais da metade do total de um mercado com potencial de vendas na casa dos $500 bilhões dólares.

E na esteira das low-costs, a Boeing estima que 90% desta demanda será para aeronaves de corredor único (narrowbody) como seu 737 ou o A320 da Airbus.

Já os jatos de fuselagem larga (widebody) terão uma grande demanda à medida que conexões acima de 5.000 km de distância são feita entre grandes cidades.

Perespectivas são boas mas nem tudo são flores

Darren aponta que a aviação no Brasil deve crescer de 4% a 5% no próximo ano, à medida que a economia vai reaquecendo e a capacidade de assentos vai voltando.

Com este crescimento o Brasil irá facilmente passar o Japão, tornando-se o quinto maior mercado de aviação civil do mundo.

Por outro lado, o executivo aponta para a capacidade perdida com a saída da Avianca Brasil, que tinha 13% do mercado, e com desaceleração da GOL, que tem 14% da frota parada entre 737 MAX groundeados e 737 NG passando por manutenção não prevista do pickle fork.

“Nos últimos dez anos o Brasil cresceu mais rápido que o resto da América Latina. E 2020 aponta ser ainda melhor, porque teremos esta capacidade de volta com outras aéreas”, afirma Darren.

A Boeing também espera que o 737 MAX volte a ter vendas na América Latina. A aeronave teve suas encomendas limitadas por operadores antigos, como a Aerolíneas Argentinas, Copa Airlines e GOL Linhas Aéreas.

“O mercado é forte e estamos em diálogo constante com nossos clientes sobre suas necessidades. É um jogo de longo prazo”, conclui Darren.

Com informações da Industry Week.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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