O mais novo Boeing 747-8 que será usado no lugar do 747-200 como Air Force One – designação que uma aeronave recebe quando o presidente dos Estados Unidos está a bordo – será entregue com atraso, como já se supunha e agora foi oficialmente confirmado.
Segundo um importante general da Força Aérea dos Estados Unidos, o projeto orçado em mais de cinco bilhões de dólares sofreu problemas ainda não especificados com um dos principais subcontratados da Boeing.
Conforme relata o DefenseOne, em uma conferência virtual da McAleese & Associates, realizada na última quinta-feira, 13 de maio, o deputado militar da USAF, tenente-general Duke Richardson, disse:
“Obviamente, teremos que olhar para o cronograma e pragmaticamente. A Boeing está trabalhando duro, eles identificaram outro fornecedor, vamos transferir o máximo possível do trabalho no interior”.
A fabricante americana tem travado uma briga intensa com a empresa texana GDC Technics, responsável pela montagem sob medida dos interiores dos dois 747-8. As aeronaves são convertidas em ‘casas brancas voadoras’ pela Boeing em San Antonio, no Texas.
Embora um porta-voz da Boeing não tenha sido disponibilizado para comentar sobre o caso, no mês passado a fabricante já havia dito que estava avaliando a possibilidade de repassar o serviço da transformação do interior, que inicialmente estava sob responsabilidade da GDC Techinics, para outra empresa ou ela mesmo realizar as modificações.
Richardson classifica os atrasos como um ‘revés’, mas diz que a Boeing mantém a Força Aérea dos Estados Unidas informada sobre a atual situação. Ele ainda comenta que, apesar disso, a empresa de aeronaves não desistiu do contrato bilionário, em que qualquer estouro de custo será arcado por ela e não por contribuintes.
Embora a situação esteja gerando atrasos no processo, a equipe responsável pela adaptação está ocupada nas modificações estruturais nos dois Boeings 747-8, que têm previsão de ser entregues somente a partir do final de 2024.
“Já tomamos muitas decisões sobre o interior, mas ainda há muito trabalho pela frente. Mas estou muito confiante na transparência que a Boeing nos deu em termos do que aconteceu e do que eles estão fazendo para consertar.”
