Em meio a um cenário de decisões na indústria aeronáutica, a Boeing está reconsiderando a viabilidade do motor de fan aberto RISE, desenvolvido pela CFM International, para a nova geração ou o substituto de sua famosa família 737.
Como informa a Aviation Week, fontes internas da fabricante revelam que a empresa estaria inclinada a optar por motores mais avançados, em uma mudança significativa em sua estratégia de propulsão para aeronaves de corredor único. A decisão sobre o tipo de motor para o futuro sucessor do 737, ainda não definida, precisa ser tomada até 2026-2027, alinhando-se aos cronogramas de desenvolvimento.
Os especialistas estão preocupados com o aumento do peso estrutural e os impactos aerodinâmicos que a instalação do motor de fan aberto pode acarretar, aspecto que poderia neutralizar os ganhos de eficiência esperados. Essa nova abordagem à propulsão poderá representar uma mudança de paradigma para a Boeing, que sempre utilizou os motores da CFM nos últimos três modelos de 737, desde a estreia do CFM56-3 no 737-300 em 1984.
O conceito de motor aberto faz parte do programa RISE (Revolutionary Innovation for Sustainable Engines), uma iniciativa da joint venture entre a GE Aerospace e a Safran, que promete uma melhoria de 20% na eficiência de combustível em comparação ao atual motor Leap 1 turbofan. Desde o seu lançamento em 2021, o programa já completou mais de 250 testes de componentes e sistemas.
Apesar dos avanços, a Boeing se mantém cautelosa, declarando que ainda é prematuro discutir a situação dos motores para a nova aeronave.
A CFM, em resposta, reafirma seu compromisso com inovações que visam a melhoria na eficiência e a redução de emissões, mas reconhece que o RISE ainda não se consolidou como um produto específico. Isso levanta questões sobre a viabilidade econômica do motor de ventoinha aberta, que, dependendo de como for projetado para proteger a fuselagem e os sistemas da aeronave contra falhas, pode implicar em um aumento significativo de peso.