A Boeing Company divulgou, nesta quarta-feira (27), seus resultados para o primeiro trimestre de 2022 e proveu algumas atualizações ao mercado sobre seus diferentes negócios. Entre as informações mais aguardadas, veio a confirmação de que as entregas do 777X ficaram mesmo para 2025, como já havia sido informado pela agência Reuters, em primeira mão.
Sobre os demais programas, a empresa informou que, no caso do 737 MAX as entregas seguem aumentando e, para o 787 Dreamliner, um plano de certificação foi apresentado à FAA. Em termos financeiros, o prejuízo no período foi de US$ 1,2 bilhão.
Falando sobre a divisão de jatos comerciais, Dave Calhoun disse: “Aumentamos a produção e as entregas do 737 MAX e fizemos progressos importantes no 787 ao enviar nosso plano de certificação à FAA. Apesar das pressões em nossos programas de defesa e desenvolvimento comercial, continuamos no caminho certo para gerar fluxo de caixa positivo para 2022, e estamos focados em nosso desempenho à medida que trabalhamos com os requisitos de certificação e amadurecemos vários programas-chave”.
O caixa e os investimentos em títulos negociáveis diminuíram para US$ 12,3 bilhões, em comparação com US$ 16,2 bilhões no início do ano, impulsionados principalmente por saídas operacionais de caixa e pagamento de dívidas. A empresa tem acesso a linhas de crédito de US$ 14,7 bilhões que ainda não foram sacadas. A carteira de pedidos total da empresa no final do trimestre era de US$ 371 bilhões.
Aviões Comerciais
A receita do primeiro trimestre do negócio de Aviões Comerciais foi de US$ 4,2 bilhões e diminuiu ligeiramente em relação ao mesmo período do ano passado, principalmente devido ao tempo de entregas de jatos de fuselagem larga, parcialmente compensado por entregas mais altas de 737. A margem operacional de -20,6% também reflete custos anormais e despesas do período, incluindo encargos por impactos da guerra na Ucrânia e maiores despesas de pesquisa e desenvolvimento.
A Boeing disse que o 737 MAX voou mais de um milhão de horas totais desde o final de 2020, quando o modelo foi aprovado para voar novamente. A taxa de produção deve aumentar para 31 aviões por mês durante o segundo trimestre deste ano.
No 787, a empresa apresentou o plano de certificação à FAA. O retrabalho foi concluído nos aviões já prontos e a empresa continua trabalhandopara retomada das entregas. O programa está produzindo a uma taxa muito baixa e continuará a fazê-lo até que as entregas sejam retomadas, com um retorno gradual esperado para cinco por mês ao longo do tempo. A empresa continua prevendo custos extras no programa do 787 de aproximadamente US$ 2 bilhões, com a maioria incorrida até o final de 2023.
Durante o trimestre, a empresa lançou o 777-8 Freighter com um pedido da Qatar Airways. Além disso, confirmou que a entrega do primeiro avião 777-9 agora está prevista para 2025, o que reflete uma avaliação atualizada do tempo necessário para atender aos requisitos de certificação.
Para minimizar o estoque e o número de aviões que exigem a incorporação de mudanças, a taxa de produção do 777-9 está sendo ajustada, incluindo uma pausa temporária até 2023. Isso resultará em aproximadamente US$ 1,5 bilhão em custos extras, a partir do segundo trimestre deste ano e continuando até que a produção do 777-9 seja retomada.
A Boeing Commercial Airplanes entregou 95 aviões durante o trimestre e a carteira de pedidos inclui cerca de 4.200 aviões.