
A Boeing se encontra em uma situação de incerteza quanto ao tratamento que a Administração Federal de Aviação (FAA) dará à sua solicitação de isenções regulatórias relacionadas ao sistema de controle de estol das aeronaves 737 MAX 7 e MAX 10, ainda em processo de certificação.
O mais recente pedido de exceção, feito em janeiro, se fundamenta na alegação de que, apesar de o sistema ser comprovadamente seguro, ele não se alinha às “maiores expectativas regulatórias” atuais.
A fabricante enfrenta uma pressão significativa para garantir a certificação tanto do MAX 7 quanto do MAX 10, que já estão anos atrasados em relação ao cronograma original. Os clientes estão ansiosos pela entrega das aeronaves, e o prolongamento desses atrasos tem custado à Boeing sua participação no mercado, favorecendo sua concorrente Airbus.
“Nada está concluído”, afirmou o diretor financeiro da Boeing, Brian West, sobre o pedido de isenção do SMYD em 19 de março durante uma conferência de investidores promovida pelo Bank of America. Ele destacou que a empresa está colaborando com a FAA e utilizando “análises e pesquisas extensivas para determinar o caminho certo a seguir”.
Caso a isenção seja concedida, o MAX 7 e o MAX 10 poderiam ser certificados pela FAA, mesmo sem a Boeing ter comprovado que os sistemas atendem às novas e mais rigorosas exigências regulatórias para software.
Além disso, os SMYDs das duas aeronaves sustentam novas “características de segurança” melhoradas no ângulo de ataque (AOA), que a Boeing pretende implementar em todos os modelos MAX, incluindo os já certificados MAX 8 e 9.
Dessa forma, atrasos na certificação do MAX 7 e MAX 10 também impactarão a implementação da atualização de AOA nos modelos já existentes. Essa atualização introduz um sensor AOA “sintético” para complementar o sistema atual, que já conta com dois sensores mecânicos.
A Boeing desenvolveu essas mudanças em resposta ao escrutínio regulatório após dois acidentes fatais envolvendo o 737 MAX em 2018.
Entretanto, a Associação Internacional de Pilotos de Linhas Aéreas (ALPA) solicitou que a FAA rejeite o pedido de isenção da Boeing, argumentando que uma aprovação permitiria que o SMYD atendesse a padrões de confiabilidade inferiores aos que seriam exigidos.