Boeing irá priorizar espaço para passageiros ao invés de carga no 797

Concepção artística preliminar do Boeing 797. Imagem: Jon Ostrower.

Em março muito se falou sobre o New Midsize Airplane  (NMA) da Boeing, o novo projeto de um avião entre o 737 MAX e o 787 Dreamliner, que iria substituir plenamente o 757, e que é chamado de Boeing 797 de maneira extra-oficial.




A primeira informação veio pelo dono da Avalon, terceira maior empresa de leasing do mundo. Dohmnal disse que “As maiores companhias dos Estados Unidos têm um apetite por menos carga do que as asiáticas. Tipicamente, nos Estados Unidos são cinco toneladas de carga. Os asiáticos querem 10 toneladas para esta aeronave. Então, para quem você o constrói?”

A declaração sugeria que os asiásticos queriam um 797 com o porão inferior maior, sendo necessário um redesenho. Semanas depois o jornalista especializado Jon Ostrower vazou a concepção artística oficial da Boeing, mostrando uma aeronave com uma fuselagem similar à do 757, que não tem grande capacidade de carga.

E exatamente isso aconteceu. Um executivo da Boeing revelou à Reuters que o avião realmente foi desenhado com uma fuselagem com formato elíptico, deixando menos espaço para cargas, fazendo com que a aeronave seja mais aerodinâmica e, portanto, mais econômica.

O avião deverá levar entre 220 e 270 passageiros, e provavelmente terá duas versões: uma menor que leva menos passageiros mas tem um alcance superior, e outra com maior capacidade, logo, com menos alcance.

O vice-presidente de marketing da Boeing, Randy Tinseth, disse que a fabricante estava relutante em mudar o design porque aviões maiores como o 777 e o 787 são melhores para cargas. “Não queriamos redesenhar o avião apenas para ter mais carga nos porões, especialmente sabendo que conseguiríamos fazer um avião mais eficiente se priorizássemos passageiros”.

Mas o martelo não foi batido em relação ao avião ser realmente construído. Randy disse que, apesar da Boeing ainda não ter decidido, eles conversaram com mais de 50 companhias aéreas que gostaram “da eficiência do novo design”. A empresa ainda está decidindo como irá construir a aeronave e como irá baixar os custos de produção da mesma.

“Nós temos tempos, não estamos correndo para esta decisão”, disse Randy em relação à aeronave ser lançada na feira de Farnborough no próximo mês, que é a grande vitrine deste ano para a aviação. Ele também destacou que a Boeing espera que a demanda para novas aeronaves cresça, já que o barril de petróleo passou os $65 dólares: “Se você olhar o preço do combustível hoje, significa que a economia por trás da troca de aeronaves mais antigas por mais novas faz mais sentido agora para os nossos clientes.”

Com informações da Reuters.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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