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Boeing revela detalhes sobre o 787 Dreamliner IGW: maior alcance e capacidade de carga

A Boeing revelou mais informações sobre o peso bruto aumentado do 787 Dreamliner, conhecido como IGW. Trata-se de uma atualização que permitirá aumentar a capacidade de carga e a autonomia das variantes 787-9 e 787-10. Por isso, deve representar uma opção atraente para operadores que buscam otimizar seu desempenho.

Como relatou o The Air Current, o fabricante aeroespacial dos EUA anunciou pela primeira vez sua intenção de desenvolver a nova versão para a Air New Zealand e a Qantas em 2019. A empresa neozelandesa havia mantido discussões sobre uma possível versão com peso máximo de decolagem (MTOW) maior do 787-10, o que permitiria operar sem restrições de carga em rotas entre a Oceania e a América do Norte.

A empresa confirmou formalmente seu plano em janeiro de 2022. Na época, Stan Deal, CEO da Boeing Commercial Airplanes, sustentou que estavam trabalhando em uma versão de peso bruto aumentado para o 787-10, a maior variante da família, relata o Aviacionline.

Darren Hulst, vice-presidente de marketing da Boeing, disse nos últimos dias que a empresa planeja adicionar 4,6 toneladas de capacidade no 787-9 e 6,4 toneladas no 787-10. Assim, o peso máximo de decolagem deste último aumentaria em 12.000 libras (5.443 quilos).

Embora a modificação não inclua uma maior capacidade de combustível, permitirá um aumento na autonomia. O alcance do 787-9 aumentará em 310 milhas náuticas (575 quilômetros), enquanto o do 787-10 aumentará em 430 milhas náuticas (796 quilômetros).

A versão IGW do 787-10 permitiria que várias companhias aéreas que atendem voos transpacíficos substituíssem seus antigos Boeing 777. Nesse sentido, ofereceria uma alternativa para companhias como Air Canada, United Airlines ou Korean Air. Para outras operadoras, aumentaria a capacidade e diminuiria as restrições nas principais rotas envolvendo aeroportos com condições de calor e altitude.

No entanto, não são conhecidos mais detalhes sobre quando a primeira aeronave com esses recursos poderia ser introduzida. De acordo com o The Air Current, o trabalho de desenvolvimento está quase completo e pode chegar às linhas de montagem de aeronaves em breve.

Lane Ballard, vice-presidente e gerente geral das instalações da Boeing na Carolina do Sul, explicou que o trabalho de atualização secundária deve ser feito, pois a modificação afetará apenas algumas seções, como o trem de pouso.

Apesar dos desafios enfrentados atualmente pela produção do modelo, a Boeing conseguiu oferecer uma solução para as necessidades de alguns de seus clientes e revigorar o programa 787 Dreamliner. Também permitiria fortalecer sua posição na competição com a Airbus, sua principal rival.

Em 2022, a fabricante europeia introduziu melhorias estruturais no A350, concorrente direto do 787 Dreamliner. Com base no trabalho realizado, o peso foi reduzido e o peso máximo de decolagem foi aumentado. Como consequência, ambas as variantes do modelo agora oferecem melhores condições em aeroportos onde o desempenho pode ser afetado devido a altas temperaturas ou altitudes elevadas.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.