Os planos de ter um Airbus A330 próprio da Boliviana de Aviación (BoA) podem ter ido por água abaixo, mesmo com uma aeronave já pintada. Ainda não há confirmação oficial sobre se trata de uma suspensão temporária ou definitiva. O fato é que a empresa poderá ter que resgatar um velho conhecido para realizar suas operações de longa distância.
A empresa estatal e de bandeira da Bolívia opera uma frota de jatos Boeing 737 e 767, sendo sempre necessário alugar jatos de outras empresas para cumprir as suas rotas, principalmente para Espanha, onde hoje é utilizado um Airbus A330 da Wamos Air.
A fim de prover uma experiência mais completa aos seus passageiros, o governo boliviano optou por comprar 2 jatos A330-200, que também iriam substituir uma parte dos 4 Boeing 767-300ER que a empresa tem, apesar de só voar com 3 deles.
O plano, inclusive, era que o Boeing 767 que está parado fosse fonte de peças para que o restante da frota voasse por mais tempo, já considerando a idade avançada dos Boeings da empesa que é de 28 anos. Esses planos, no entanto, podem ter sido mudados.
Isso porque o jato A330 de número de série 1452, com menos de 10 anos de idade e que voou antes pela Virgin Australia, não foi para a Bolívia, mesmo após ter sido pintado nas cores da BoA.
Os primeiros rumores do cancelamento da encomenda começaram duas semanas atrás, quando já tinham se passado mais de 30 dias de atraso no pagamento do leasing (arrendamento) do A330-200 que a empresa receberia. A falta de pagamento estaria associada à política econômica da Bolívia, que hoje sofre sem reservas internacionais e tem visto uma corrida para comprar dólares, fazendo pessoas, inclusive, dormirem nas filas dos bancos para garantir a moeda estrangeira.
Enquanto pessoas comuns não conseguem sacar os dólares que estão em suas contas, o próprio governo teria congelado o dinheiro destinado ao pagamento do leasing do A330 para preservar o caixa do país, principalmente aquele em moeda estrangeira.
Na última semana, os rumores voltaram mais fortes, agora apontando que o Boeing 767 parado, de matrícula CP-2880, voltaria a voar. Este jato foi fabricado em 1994 para a Alitalia, onde voou até 2008, quando iria para a brasileira Varig como PR-VAG, mas não entrou em serviço nesta dado à sua chegada no período de falência da pioneira.
Meses depois, esse jato começou a voar comercialmente no Brasil mas pela TAM, como PT-MSU, onde permaneceu até 2013, indo no ano seguinte para a BoA. Na Bolívia, ele voou até 2021, sendo colocado em estocagem sem data de saída.
Agora, sem o A330, a empresa atualizou seu sistema de reserva, trocando o A330-200 da Wamos pelo seu próprio 767 reativado. A previsão é que a espanhola Wamos faça a rota até o dia 15, sendo que no dia 18 o velho 767 assumirá o voo que é realizado três vezes por semana.
Inclusive está previsto a volta triangular do voo a partir do dia 22 de maio, seguindo o itinerário Santa Cruz de la Sierra – Madri – Cochabamba, segundo aponta o site Aero Routes.
