Brasileira posta vídeo e diz ter sido barrada no avião da Qatar por ser muito gorda

Foto de Anna Zvereva, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

Uma turista brasileira foi à rede social Instagram reclamar publicamente da empresa Qatar Airways, após supostamente ter sido barrada em um voo de conexão por ser gorda e que, se quisesse voltar ao Brasil, teria que pagar assentos em classe executiva, que custariam cerca de US$ 3 mil (R$ 18 mil na cotação do dólar turismo).

Identificada como Juliana Nehme, a jovem se apresenta na rede como modelo plus size e criadora de conteúdo digital. Ela reclama de “gordofobia” e conta sua história com um longo texto, disponível abaixo. O caso dela pode resultar no direito a indenização após processo judicial e a apresentação das provas.

Leia abaixo o relato de Nehme na íntegra e, no final, assista ao depoimento em vídeo.

O relato da jovem

“Estou no Líbano. Vim pela Air France e foi tudo bem no voo! Vim de passagem econômica e não passei por nenhum constrangimento ou assédio. Comprei uma passagem de volta para o Brasil pela Qatar e, chegando na hora de fazer o check-in, uma agente de aeroporto chamou minha mãe e disse para ela que eu não era bem vinda para embarcar porque sou gorda. E que eles não iam me receber no voo, só se eu comprasse passagem de primeira classe”.

“Ela reteve as passagem da minha mãe, minha irmã, meu sobrinho e a minha. Depois de horas implorando, ela devolveu todas as malas que já tinham sido despachadas, alegando que eu teria que comprar classe acima ou não viajaria. Tentei até o final que me permitissem voar, já que estávamos em 4 pessoas viajando juntas, e ela se recusou até o final”.

“Uma passagem que tem um custo de 3 mil dólares pra ser executiva. Eu paguei mil dólares. Fiquei por quase 2 horas implorando pra viajar. Minha mãe tentou de tudo. Ao Tentar gravar o que eles estavam fazendo a moça do guichê me empurrou e nada adiantou. Fui amaçada se não parasse de gravar. Eu estou retida no Líbano”.

“Eles queriam que minha mãe fosse embora e me deixasse sozinha aqui no Líbano, mas não falo inglês, nem árabe. Ela se recusou. Minha irmã foi com meu sobrinho embora para o Brasil e ficamos aqui. Estou tendo gastos com hotel e táxi que não precisava. Não tenho dinheiro para me manter aqui por mais tempo. E eles disseram que eu tenho que pagar outra passagem pra minha mãe e o upgrade da minha pra executiva”.

Fui extremamente humilhada na frente de todas as pessoas que estavam no aeroporto. Tudo isso porque sou gorda. Sou gorda, mas sou igual a todo mundo. Não é justo comprar minha passagem e ser humilhada, ameaçada e impedida de voar”.

Assista ao depoimento em vídeo, abaixo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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