Caça A-4 Skyhawk de uma “força aérea civil” ganha sensor igual ao do Gripen

Uma nova tecnologia chegou aos antigos caças Douglas A-4 Skyhawk operados por uma “força aérea civil” que treina com militares.

Foto: TopAces

Com fabricação iniciada em 1954, o A-4 Skyhawk faz parte do início da segunda geração de aviões de ataque navais à jato desenvolvida nos EUA, numa plataforma mais amadurecida e definida em relação aos primeiros velozes aviões a estarem embarcados.

Apesar do seu pequeno tamanho, o caça ficou conhecido como uma aeronave manobrável, resistente e capaz de levar até bombas nucleares. Como o seu próprio nome diz, é um avião de ataque, logo conta com radar limitado para interceptação aérea, sendo compatível apenas com mísseis AIM-9 Sidewinder, guiados por calor e de curto alcance.

Agora, o A-4, que também é operado pela Marinha do Brasil, foi modernizado e conta com um Sensor de Busca e Rastreamento por Infravermelho (Infrared Search and Track – IRST), um sensor passivo de detecção de alvos de longo alcance.

O IRST pode detectar e identificar alvos a longas distâncias através de suas assinaturas infravermelhas, ou seja, o calor emitido. Localizado na frente do caça, o sistema funciona como um sensor passivo que identifica objetos de interesse em diversos ambientes, sejam aeronaves em voo, embarcações no mar ou veículos em terra.

Ele trabalha com o contraste de cores e calor emitido por outras aeronaves e veículos quando comparados com o ambiente, principalmente com a diferença para o horizonte no caso dos alvos aéreos.

Hoje o IRST é um item obrigatório em caças modernos, já que, por ser um sensor passivo, não gera ondas e que, por sua vez, não é possível de detecção pelo inimigo. O sensor está sendo introduzido no Brasil no SAAB F-39E Gripen, mas também está disponível agora no A-4 da Top Aces.

A Top Aces é uma empresa aérea canadense diferente: ela não transporta passageiros e nem carga, mas voa caças fazendo ataques simulados contra forças aéreas reais.

O chamado trabalho de “agressor” serve para treinar os novos pilotos de caça contra aviões que não estão habituados a combater, no caso da empresa canadense o treinador avançado Dornier Alpha Jet e os caças A-4 e F-16 Viper.

Hoje, a Top Aces tem a maior frota de caças Skyhawk do mundo, com 23 em operação da variante A-4N (que foi uma das últimas produzidas exclusivamente para Israel), e o primeiro recebeu ontem o seu primeiro IRST. A tecnologia inédita no Skyhawk faz o travamento automático de alvos e é inclusive mais rápida que os radares tradicionais.

Com o IRST, a Top Aces agora poderá oferecer um desafio maior para os pilotos das forças aéreas que contratam o serviço da empresa. Com a detecção antecipada de alvos, mesmo o A-4 tendo mísseis menos capazes que os guiados por radar como o AIM-120, ele não será uma presa fácil.

Veja abaixo demonstração de utilização prática do IRST no caça F-35 Lightning II (que combina ele com a câmera FLIR para obter alvos no solo ou no ar) e também o mais recente uso em navios, visando proteção contra embarcações pequenas e drones navais não tripulados.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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