Caça da era do Vietnã arremete e assusta moradores de Belo Horizonte

A visita inesperada de um antigo caça brasileiro, que também relembra da época da Guerra do Vietnã, acordou e assustou os moradores de Belo Horizonte durante uma arremetida.

Divulgação – Marinha do Brasil

O tempo chuvoso não tem dado trégua para os mineiros, e tem atrapalhado também alguns voos, muitos deles alternando de aeroporto. Não foi diferente para um caça da Marinha do Brasil, que estava próximo de pousar no Aeroporto da Pampulha, mas precisou arremeter.

O Douglas A-4 Skyhawk II, especificamente o modelo de dois assentos TA-4KU de matrícula N-1021, foi para Belo Horizonte ontem (9) pela manhã, quando, em torno das 8h30, acabou arremetendo na cabeceira 13 da Pampulha, mais próxima da lagoa homônima.

A arremetida por falta de visibilidade fez com que o piloto utilizasse potência máxima do motor turbojato Pratt & Whitney J52, estremecendo o céu da capital mineira. A trajetória de arremetida do jato passou pela Zona Leste, Central e Oeste, antes de voltar para a Região da Pampulha.

Com a manobra, milhares de moradores ouviram o barulho do caça, mas não conseguiram ver por causa da chuva intensa e céu encoberto. E exatamente isso aumentou o som do caça, já que em dias nebulosos como ontem, o som reverbera e fica mais difuso na atmosfera pelo “reflexo” das próprias nuvens, dando a impressão que o barulho é mais alto.

Este ruído mais alto que o habitual e a não visualização do objeto causador, fez com que alguns mineiros ficassem preocupados e assustados, como evidenciam os tuítes abaixo:

Good Morning Viet Nam

Apesar do barulho e de todo o alvoroço gerado pelo A-4, o caça pousou tranquilamente na segunda tentativa, inclusive acionando os seus para-quedas, como é mostrado nos vídeos abaixo que circulam nas redes sociais:

O A-4 é uma aeronave de meados nos anos 1950 e foi amplamente utilizada pelos EUA na Guerra do Vietnã, sendo o principal ala do caça F-4 Phantom II nos Porta-Aviões. Mas a aeronave sempre foi voltada ao ataque ao solo, e também fez história na Guerra do Yom Kippur e nas Malvinas, onde os Skyhawks da Argentina afundaram um destróier inglês.

Todas as unidades do Skyhawk que estão no Brasil vieram do Kuwait e foram algumas das últimas a serem produzidas no final dos anos 1970, tendo lutado na Operação Tempestade no Deserto, quando o Iraque, liderado por Saddam Hussein, invadiu o Kuwait.

No Brasil, eles chegaram em 1997, foram modernizados pela Embraer nos últimos anos, sendo os únicos aviões operacionais da Marinha.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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