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Caças americanos disfarçados de russos interceptam bombardeiro da Rússia

Uma interceptação de bombardeiros russos na fronteira dos EUA e da Rússia foi atípica, já que os americanos usaram caças disfarçados.

F-16 no Alaska – U.S. Air Force photo by Staff Sgt. Christopher Boitz

Os voos de bombardeiros russos, principalmente o Tupolev Tu-95 Bear, um gigante turboélice com quatro motores contra-rotativos, são comuns na fronteira da Rússia com países do Ocidente, assim como entre o espaço aéreo internacional e países da OTAN.

Inclusive, para muitos, essa era uma grande demonstração de poder aéreo da Rússia, que acabou se provando limitado durante a invasão da Ucrânia, com perda de várias aeronaves e o não uso dos bombardeiros Tu-95.

Da mesma forma, por causa desse conflito, a Rússia diminuiu os voos fronteiriços, mas não paralisou-os. No último dia 17, por exemplo, caças F-16 Falcon da Força Aérea dos EUA (USAF) interceptaram dois bombardeiros Bear, como os próprios militares americanos confirmaram nas redes sociais.

Caça russo Su-35, cuja pintura é semelhante à usada pelos caças americanos

Até aí, seria apenas mais um voo rotineiro de patrulhamento e acompanhamento, mas o caso aconteceu no Alaska, que tem apenas uma unidade de caças F-16, a 18th Aggressor Squadron. Como o próprio nome diz, eles são agressores, ou seja, feitos para atacar, mas de maneira simulada.

Esta unidade serve para treinar pilotos americanos e aliados contra ameaças inimigas e, para isso, utilizam táticas de outros países, principalmente da Rússia, além de usarem uma pintura similar à do inimigo para criar uma memória visual nos pilotos e adaptar a sua mente para buscar os adversários a olho nu.

Caça F-16 de outro esquadrão Aggressor

Logo depois dos militares anunciarem o caso do incidente com o bombardeiro russo, uma página no Twitter postou fotos de algumas aeronaves, mostrando exatamente os caças disfarçados do 18th Aggressor Squadron, com mísseis reais, não de treinamento. As aeronaves usadas, simulam a pintura dos aviões russos.

Além de estarem com armamento real e de pronto uso, outros detalhares chamaram a atenção, como o hangar separado e iluminado, mais equipado do que o normal, que é utilizado para os caças que ficam de plantão.

Os mísseis que puderam ser vistos nas aeronaves são o AIM-120 e AIM-9, respectivamente guiado por radar de longo alcance e de curto alcance guiado por calor, que junto dos tanques de combustíveis extras, fazem uma configuração típica para missão de interceptação.

O porta-voz do Comando Aeroespacial Norte-Americano do Alasca informou ao portal The Drive que os caças do esquadrão Aggressor são frequentemente utilizados pelo Comando Indopacífico para missões reais, dando a entender que os F-16 não estão ali apenas para treinamento. Normalmente os caças F-22, que ficam na mesma base dos Falcons, são utilizados nesta missão, como mostra o vídeo abaixo:

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