Uma interceptação de bombardeiros russos na fronteira dos EUA e da Rússia foi atípica, já que os americanos usaram caças disfarçados.

Os voos de bombardeiros russos, principalmente o Tupolev Tu-95 Bear, um gigante turboélice com quatro motores contra-rotativos, são comuns na fronteira da Rússia com países do Ocidente, assim como entre o espaço aéreo internacional e países da OTAN.
Inclusive, para muitos, essa era uma grande demonstração de poder aéreo da Rússia, que acabou se provando limitado durante a invasão da Ucrânia, com perda de várias aeronaves e o não uso dos bombardeiros Tu-95.
Da mesma forma, por causa desse conflito, a Rússia diminuiu os voos fronteiriços, mas não paralisou-os. No último dia 17, por exemplo, caças F-16 Falcon da Força Aérea dos EUA (USAF) interceptaram dois bombardeiros Bear, como os próprios militares americanos confirmaram nas redes sociais.
Até aí, seria apenas mais um voo rotineiro de patrulhamento e acompanhamento, mas o caso aconteceu no Alaska, que tem apenas uma unidade de caças F-16, a 18th Aggressor Squadron. Como o próprio nome diz, eles são agressores, ou seja, feitos para atacar, mas de maneira simulada.
Esta unidade serve para treinar pilotos americanos e aliados contra ameaças inimigas e, para isso, utilizam táticas de outros países, principalmente da Rússia, além de usarem uma pintura similar à do inimigo para criar uma memória visual nos pilotos e adaptar a sua mente para buscar os adversários a olho nu.
Logo depois dos militares anunciarem o caso do incidente com o bombardeiro russo, uma página no Twitter postou fotos de algumas aeronaves, mostrando exatamente os caças disfarçados do 18th Aggressor Squadron, com mísseis reais, não de treinamento. As aeronaves usadas, simulam a pintura dos aviões russos.
Além de estarem com armamento real e de pronto uso, outros detalhares chamaram a atenção, como o hangar separado e iluminado, mais equipado do que o normal, que é utilizado para os caças que ficam de plantão.
Os mísseis que puderam ser vistos nas aeronaves são o AIM-120 e AIM-9, respectivamente guiado por radar de longo alcance e de curto alcance guiado por calor, que junto dos tanques de combustíveis extras, fazem uma configuração típica para missão de interceptação.
The F-16s that intercepted the Russian Tu-95 Bear-H bombers on Monday were assigned to the 18th Aggressor Squadron.
— Aerospace Intelligence (@space_osint) October 19, 2022
The F-22s that usually fly alert missions are in Europe right now, which is why the aggressor jets are now on alert. Pretty cool to see them with live missiles! pic.twitter.com/zk3rqELcvq
O porta-voz do Comando Aeroespacial Norte-Americano do Alasca informou ao portal The Drive que os caças do esquadrão Aggressor são frequentemente utilizados pelo Comando Indopacífico para missões reais, dando a entender que os F-16 não estão ali apenas para treinamento. Normalmente os caças F-22, que ficam na mesma base dos Falcons, são utilizados nesta missão, como mostra o vídeo abaixo: