A Secretaria Geral da Comunidade Andina (CAN) em Lima, com a colaboração da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), reuniu os principais representantes da indústria aérea sul-americana, bem como diferentes autoridades e outros atores relevantes no do setor, durante o 1º Fórum Andino denominado “Desafios do Transporte Aéreo na Região”.
O objetivo do evento foi criar um espaço de encontro e diálogo entre os que fazem parte desta indústria e os Estados, analisar os desafios e oportunidades mais significativos do transporte aéreo e lançar as bases para ações que permitam o fortalecimento do setor após a crise desencadeada pela pandemia, além de seu inestimável papel na recuperação e desenvolvimento socioeconômico dos países da CAN, formados por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
De acordo com o relatório estatístico elaborado pela Secretaria-Geral da CAN, o tráfego aéreo internacional nos países da Comunidade Andina em 2022 cresceu 91% em relação ao ano anterior, atingindo um total de 29 milhões 461 mil passageiros, correspondentes a embarques e desembarques através das companhias aéreas que operam nos aeroportos internacionais da Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
Da mesma forma, o tráfego aéreo internacional aumentou nos quatro países membros: na Bolívia 96,3%, na Colômbia 89,5%, no Equador 47,3% e no Peru 127,5%, assim como o tráfego aéreo intracomunitário também registrou um crescimento recorde de 198,1%.
No entanto, embora esses números mostrem como o transporte aéreo se tornou um serviço essencial para a população em nossos países, ele ainda enfrenta vários desafios que permitem melhorar, com trabalho conjunto, a conectividade intrarregional e que, além disso, promovem essa aviação – grande impulsionador do turismo, comércio e investimento nos países – continua forte, dinâmico e competitivo nos próximos anos.
Por isso, o fórum abordou, entre outros temas, a infraestrutura aeroportuária, o desenvolvimento da conectividade para melhorar a competitividade do setor, as oportunidades para melhorar a sustentabilidade e a inovação e os desafios regulatórios e regulatórios.
Durante sua participação, Manuel van Oordt, CEO da Latam Peru e Equador, considerou de grande importância concluir os acessos ao aeroporto Jorge Chávez, tanto rodoviários quanto de transporte público. “O Metro tem de chegar ao novo aeroporto, não pode ser apenas na Faucett Avenue. Também tem que levar em consideração a entrada do aeroporto pela avenida Santa Rosa”, disse. Entre outros pontos, o executivo cobrou que o aeroporto de Lima seja competitivo a nível regional e que os serviços que oferece sejam mais ágeis.
Por sua vez, José Raúl Vargas, Gerente Geral da SKY Peru, indicou que é necessário um maior número de aeroportos que funcionem 24 horas por dia e assim possam voar mais horas. “O desafio é ver como a oferta de infraestrutura corresponde ou segue de perto a demanda”, disse ele.
O executivo também defendeu que atualmente 60% de uma passagem são taxas e impostos, por isso recomendou que uma das possibilidades seja a aplicação da Taxa de Uso do Aeroporto (TUA) diferenciada, entre outras ações que poderiam ser aplicadas para incentivar o turismo e para que mais pessoas podem entrar em um avião pela primeira vez.
O gerente geral da Boliviana de Aviación (BoA), Ronald Casso, que também esteve presente no evento, destacou o importante papel que a aviação desempenha, destacando que durante a pandemia o setor aéreo tem sido o mais resiliente em apoiá-la. “Em particular, fizemos cerca de 30 viagens intercontinentais, consertando aviões, removendo assentos, implementando medidas para poder trazer suprimentos, vacinas etc., e acho que é aí que as companhias aéreas da região mostraram o quão vitais podemos ser diante de uma crise em nossas comunidades”.
Peter Cerdá, VP Regional da IATA para as Américas, falou da necessidade de melhorar a infraestrutura, mas sobretudo de ser mais eficiente. Ele indicou que na América Latina a aviação é essencial para os países, por sua contribuição ao bem-estar social e econômico, sua contribuição ao PIB, geração de empregos e como motor para aumentar o fluxo de turismo e comércio nos países.
“94% dos turistas chegam de avião, os aspargos do Peru ou as flores da Colômbia vão de avião e são facilitados pelo aumento da conectividade aérea, pois permite aos exportadores o acesso a mercados de todo o mundo. A América Latina mobiliza apenas 6,4% do tráfego aéreo mundial… temos que trabalhar juntos para sermos mais competitivos. A aviação tem que ser prioridade na agenda dos governos”, afirmou.
A vice-ministra de Turismo do Peru, Madeleine Burns, destacou que os quatro países que compõem a CAN representam um importante mercado de 15 milhões de pessoas que viajam e que o Peru precisa recuperar sua posição como gerador de divisas.
“80% do setor de turismo são pequenas e micro empresas. Todos dependemos de conectividade, dependemos de infraestrutura e todos dependemos de ter facilidades para que as viagens possam ser realizadas sem problemas. É por isso que temos de encontrar soluções conjuntas para melhorar e ser mais competitivos. Há muitas coisas que temos que rever e colocar na ordem do dia”, disse.
Outras autoridades também participaram do evento, como a Ministra de Transportes e Comunicações do Peru, Paola Lazarte, e o Ministro de Comércio Exterior e Turismo (Mincetur) do Peru, Juan Carlos Mathews. Também a Vice-Ministra de Comércio Exterior do Peru, Teresa Mera Gómez, o Vice-Ministro de Relações Exteriores do Peru, Ignacio Higueras Hare e o Vice-Ministro de Transportes e Comunicações do Peru, Alberto Ñecco. Da mesma forma, o Secretário Geral da CAN, Jorge Pedraza, o Diretor Regional da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO), Fabio Rabbani, o CEO da LATAM Equador, Mónica Fistrovic, a Gerente Geral da Associação de Empresas de Transporte Aéreo (AETAI), Carlos Gutiérrez, o Diretor Geral do Conselho de Aeroportos Internacional-América Latina e Caribe, Rafael Echevarne,
A gravação do evento está neste link: https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=1877082386011010.
