Na manhã da última terça-feira (17), uma importante operação da Receita Federal na sede de uma Transportadora de Cargas Aéreas no município de Cruz, Ceará, resultou na apreensão de uma carga com 230 kg de barbatanas de tubarão. Essa carga, que estava sendo declarada como peixes secos, tinha como destino a China e foi identificada durante um monitoramento iniciado em Vitória, Espírito Santo.
As investigações revelaram que os criminosos planejavam utilizar o Ceará como um ponto de “aquecimento” para as barbatanas, com a intenção de enviá-las posteriormente em bagagem de passageiros através do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Contudo, a fiscalização da Receita Federal constatou que a carga não possuía documentação legal, infringindo normas ambientais que protegem espécies ameaçadas de extinção.
Dentre as barbatanas apreendidas, estavam as de duas espécies consideradas vulneráveis: o tubarão-azul (Prionace glauca) e o tubarão-galha-branca-oceânico (Carcharhinus longimanus). Vale destacar que a pesca direcionada a tubarões é proibida no Brasil, tendo em vista que os criminosos visam a captura exclusiva das barbatanas, que são extremamente valorizadas no mercado negro, com preços que podem chegar a três mil dólares por quilo.
Na culinária tradicional chinesa, a barbatana de tubarão é um ingrediente altamente desejado, especialmente em pratos como a famosa sopa de barbatana de tubarão. Conhecida pelo seu alto custo, o prato custa em média 500 dólares, sendo considerado uma “sopa ostentação”.
Diante da gravidade da situação, a carga apreendida será repassada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que adotará as medidas administrativas cabíveis. A Receita Federal também encaminhará toda a documentação necessária às autoridades policiais para que se identificem e responsabilizem criminalmente os envolvidos na operação ilícita.
Este caso é um grande exemplo do contínuo esforço da Receita Federal no combate ao crime organizado, que não apenas visa a arrecadação fiscal, mas também a proteção ambiental. A operação é parte integrante das ações do Grupo Curupira, uma iniciativa nacional voltada ao combate ao tráfico de fauna e flora, composta por auditores fiscais e analistas tribuários. Essa equipe trabalha em conjunto para desenvolver ações estratégicas que visam monitorar e fiscalizar as atividades ilegais que ameaçam a biodiversidade brasileira.
Informações da Receita Federal
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