Os viajantes que chegam ao aeroporto de Helsinque, na capital finlandesa, logo se deparam com carros russos no estacionamento. Ver esses veículos de marca não era algo raro, mas agora eles se amontoam às centenas, na medida em que os seus donos enfrentam dificuldades de viajar partindo da Rússia.
Na prática, o que está acontecendo é que muitos russos passaram a usar o aeroporto finlandês como ponto de partida para viagens aéreas, chegando até ele de carro, como relata e mostra em fotos o jornal Helsingin Sanomat.
O fechamento do espaço aéreo europeu para aeronaves russas após a invasão da Ucrânia e a consequente perda de conexões diretas dificulta a entrada de viajantes russos na UE, mas eles ainda podem obter vistos para o espaço Schengen (composto por países da união Europeia e que padroniza o tratamento de imigrantes). Como país vizinho da Rússia, a Finlândia desempenha um papel fundamental nesse contexto.
A distância é longa, mas não absurda. Uma viagem de carro entre São Petersburgo e Helsinque leva cinco horas; saindo de Moscou são onze horas. Por conta disso, no estacionamento do terminal de passageiros podem ser vistos Porsches, Bentleys, Mercedes-Benz, e outras marcas famosas, com placas russas e pertencentes a viajantes endinheirados, que não querem deixar de voar enquanto seu país está sancionado.
Com o visto em mãos, os russos podem viajar para outros países da Europa ou fora dela, com muito menos problemas. É exatamente isso o que os viajantes russos estão fazendo, disse à AFP o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto.
“O aeroporto de Helsinque é atualmente muito frequentado pelo turismo russo”, diz ele. “Eles vêm aqui com vistos Schengen emitidos por diferentes países e depois viajam por toda a parte”.
