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Carta da American revela várias rotas afetadas pelos atrasos da Boeing com o 787

Boeing 787-9 Dreamliner da American Airlines

Os atrasos sofridos pela Boeing ao consertar os problemas de produção de sua principal aeronave de longo alcance da atualidade, o 787 Dreamliner, seguem complicando as operações de empresas. A American Airlines, uma das maiores do mundo, terá que adiar o início de algumas rotas que havia anunciado anteriormente, conforme revela uma carta interna da companhia.

Isso é consequência de inúmeros problemas de produção do modelo da Boeing, que paralisa as entregas há quase um ano. No documento, a American descreve que, no final das contas, não voará tão cedo para Edimburgo, na Escócia, Shannon, na Irlanda ou Hong Kong, rotas que planejava lançar no próximo verão do hemisfério norte.

E não apenas os novos voos serão impactados, mas até os voos para Praga ou Dubrovnik – suspensos desde 2020 devido ao surto de Covid-19 – não serão retomados, bem como será adiado o início de algumas rotas anunciadas antes mesmo da pandemia, como de Seattle a Bangalore.

“Sem esses aviões, simplesmente não seremos capazes de operar no nível que planejamos”, disse Vasu Raja, diretor de receita da American, no memorando interno da empresa obtido por David Shepardson, da Reuters. Alguns destinos já operados também são afetados: “Embora temporariamente, diminuiremos significativamente a frequência para alguns destinos da Ásia-Pacífico, como Xangai, Pequim e Sydney.”

Segundo nosso parceiro Aviacionline, a American tinha planejado oferecer uma programação internacional perto de 89% do nível pré-pandêmico no verão de 2022. O número agora ficará em torno de 80% e se concentrará em manter sua presença no México, Caribe, América Latina, Londres, Dublin e Madrid.

A American, como várias outras empresas ao redor do mundo, apostou no widebody (avião de corpo largo) da Boeing como pilar fundamental de suas operações de longa distância.

No início do ano passado, com o surgimento da pandemia, a American acelerou a retirada de suas aeronaves mais antigas, contando com a entrega de 787 para substituí-las. Isso não aconteceu e a companhia aérea recebeu apenas uma aeronave durante uma breve retomada das entregas no início de 2021. Essa foi a única unidade recebida no ano e ainda não está certo quando o restante chegará.

O mesmo aconteceu com o United: dos oito aviões 787 que esperava receber na segunda metade de 2021, não recebeu nenhum. A companhia aérea informou que está trabalhando com a Boeing para tentar encontrar uma solução para o problema de logística gerado pelo atraso nas entregas.

A Boeing espera, em uma expectativa otimista, retomar a entrega das unidades em 1º de abril de 2022. No entanto, não descarta novos atrasos.

Segundo estimativas de analistas da Cirium, até a presente data, 66 aeronaves já construídas entrarão no prazo para serem canceladas sem penalidades (uma cláusula padrão nos contratos de compra de aeronaves permite ao comprador encerrar o negócio gratuitamente se a entrega atrasar mais de um ano).

A fabricante americana “entraria em contato com clientes potenciais para essas aeronaves” caso os pedidos fossem cancelados. Apesar dos atrasos nas entregas, o 787 continua a ser uma aeronave extremamente atraente para as empresas, graças ao seu baixo custo operacional.

No entanto, há alguns meses, executivos da American informaram à Boeing que, se os atrasos continuarem, a companhia aérea “pode ​​cancelar alguns pedidos”. David Calhoun, CEO da Boeing, garantiu durante telefonema com Robert Isom, presidente e CEO interino da American, que a fabricante irá “compensar” as companhias aéreas pelos atrasos.

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