Casal freta avião e se casa em voo para burlar restrições de aglomeração

Ao contrário de várias situações que passam desapercebidas por algum tempo, o fato a seguir veio à tona rápido como um flash. De qualquer forma, há de se concordar que os envolvidos foram pouco discretos ao fretar um jato comercial para realizar uma festa.

Tudo aconteceu no domingo (23), quando um Boeing 737-800 da empresa aérea SpiceJet chamou a atenção nos aplicativos de rastreamento de voos, como o RadarBox, ao fazer um voo de 1h36min “para lugar nenhum”, tendo decolado e pousado no Aeroporto de Madurai, no sul da Índia.

Até aí, nada de mais, poderia ser um voo normal de testes, que todas as companhias aéreas fazem. No entanto, estamos na era da informação e das redes sociais e, é claro, que o que aconteceu durante o voo SG-9022 logo foi parar na internet.

Imagem: RadarBox

Num momento em que muitos lugares na Índia estão limitando os casamentos a 50 convidados devido à gravidade do surto de coronavírus no país, um casal queria mais do que isso. Foi daí que surgiu a ideia de fretar um avião e colocar nada menos do que 161 convidados a bordo, sendo esses seus familiares e amigos mais próximos.

Como era de se esperar, muitas regras foram quebradas, incluindo a falta de uso de máscara e muita aglomeração.

Autoridades irritadas

Como está sendo relatado pela mídia local, a Direção Geral da Aviação Civil (DGCA) forçou a companhia aérea a suspender a tripulação e apresentou queixa contra aqueles que não seguiram os protocolos, mas não foi mencionada uma punição para a companhia aérea até o momento, embora ela tenha papel fundamental nesse descumprimento da lei.

Afinal, existem algumas hipóteses. Supondo que o avião foi fretado por um grupo que não explicou suas razões para a viagem, a companhia não teria como descobrir de antemão que se tratava de uma festa. Mas aí há um erro, pois a DGCA entende que a empresa deveria ter buscado entender o motivo de um voo sem destino.

Outra possibilidade de entender que algo estava errado poderia ter surgido no embarque. A partir do momento em que aparecem pessoas vestidas a rigor no saguão do aeroporto ou mesmo com roupa de noiva, deveria haver uma crítica por parte da empresa. É o que alega a DGCA, embora a empresa aérea ou a tripulação não tenham preenchido um relatório de incidente, o que seria, em tese, mandatório.

Enquanto as disputas continuam para ver quem errou, um novo casal vive “feliz para sempre” na Índia.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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