
Depois de ter dado importante passo em julho para buscar um fim nas disputas econômicas entre Europa e Estados Unidos, a Airbus agora volta a pressionar seu continente natal a resolver de uma vez por todas os desentendimentos com os vizinhos do outro lado do oceano.
A fabricante europeia havia, no meio do ano, acertado com os governos da França e da Espanha alterações nos contratos de RLI (Repayable Launch Investment – apoio financeiro disponível para o setor aeroespacial civil) dos aviões A350, em um movimento para interromper a disputa de longa data com os norte-americanos e remover qualquer justificativa para tarifas extras após 16 anos de litígio na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Naquele momento, a fabricante destacava que as tarifas impostas pelo Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR – US Treasure) estavam prejudicando todos os setores-alvo da indústria, incluindo as próprias companhias aéreas dos EUA, e adicionando um ambiente muito difícil como consequência da crise da COVID-19.
Agora, neste mês de novembro, o CEO da fabricante, Guillaume Faury, afirmou estar muito preocupado com a recuperação da Europa e dos EUA, especialmente da Airbus e da Boeing, em relação aos desafios pós-pandemia em meio às contínuas rusgas que continuam existindo entre os dois lados.
Segundo reportou a Bloomberg, Faury afirmou que a região da Ásia e do Pacífico está firmando acordos e parcerias que a deixarão mais preparada para a recuperação, fazendo com que as potências ocidentais fiquem para trás e enfraquecidas no cenário econômico mundial.
Embora já tenha até apoiado a ação da Europa de retaliar as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos europeus, o CEO agora afirma que uma escalada na guerra entre ambos será extremamente prejudicial às duas maiores fabricantes mundiais de aviões, portanto, a União Europeia deve ser mover para resolver a disputa.