
Guillaume Faury, CEO da Airbus, expressou sua preocupação de que potenciais tarifas entre os Estados Unidos e a Europa possam impactar mais a Boeing do que sua própria empresa. Suas declarações surgem em meio aos preparativos do presidente dos EUA, Donald Trump, para implementar tarifas em diversos setores no próximo mês.
“Essas tarifas realmente seriam um grande fardo para ambos os lados”, disse Faury em entrevista à Bloomberg TV durante a conferência do Airbus Summit em Toulouse, França, acrescentando que tais medidas poderiam representar desafios ainda maiores para a Boeing.
Enquanto a Boeing fabrica todas as suas aeronaves nos Estados Unidos, a Airbus opera uma rede de produção mais geograficamente diversificada. Além de suas instalações na Europa e na China, a Airbus possui uma linha de montagem final em Mobile, Alabama. Essa presença global pode ajudar a Airbus a absorver melhor o impacto de eventuais novas restrições comerciais.
Faury enfatizou a integração da Airbus no setor aeroespacial dos EUA, notando o papel significativo da companhia na indústria americana. Ele se mostrou otimista, afirmando que até o momento não houve indícios de que tarifas específicas para a aviação estão em discussão.
Refletindo sobre tensões comerciais anteriores, Faury apontou que as tarifas impostas há cerca de cinco anos tiveram consequências negativas para ambos os lados. Ele descreveu aquele período como um cenário de “perda para todos”, que acabou sendo interrompido por meio de um acordo mútuo.
Ao abordar questões de defesa e espaço, Faury reiterou a necessidade de mais unidade entre as nações e empresas europeias. Ele enfatizou a importância da colaboração em projetos conjuntos de grande escala para aumentar a competitividade e fortalecer a segurança coletiva.