A chegada de um novo avião no maior mercado da aviação comercial é algo animador para a Delta, mas ela vê que isto terá um alto custo.
Hoje, o mercado de aeronaves que transportam entre 170 e 180 passageiros é dominado pela Airbus e pela Boeing, respectivamente com o A320neo e o 737 MAX, e sem sinal que os concorrentes chineses e russos possam se quer ameaçar uma das duas fabricantes.
No mercado logo abaixo, até 140 assentos, está a Embraer, também líder absoluta, mas que cogita dar passos maiores. Este desejo é antigo tanto da própria diretoria da fabricante brasileira como de acionistas, mercado e até do setor aeroespacial como um todo, mas existe um consenso geral: o risco envolvido.
Conseguir financiamento para uma nova aeronave, maior e feita do zero, não será fácil, e para que ela persevere não será necessário apenas ter performance e preço parecidos com os jatos atuais, mas algo melhor, disruptivo. E é neste ponto que a Embraer está fazendo sua análise, como afirmou o CEO da Delta Air Lines, Ed Bastian.
“É difícil criar um novo lugar na indústria aeronáutica. Apesar de termos apenas duas opções atualmente, entre a Airbus e a Boeing, o custo de entrar com um terceiro competidor é enorme. E por caso, o custo por trás da companhia aérea em termos de adicionar um novo tipo de avião, amplia as complexidades, seja tanto por treinamento para os pilotos, por ter um novo motor, ou o que seja, vai criar uma nova complexidade que não tenho certeza se as companhias aéreas irão querer ter“, diz o CEO ao portal The Air Current durante um evento para investidores nesta semana.
Muita das vezes o ganho operacional que se pode ter com uma nova aeronave não vale o “trabalho” de mudar de fornecedor, e por isso muitas empresas tentam manter a frota mais homogênea possível, exatamente para evitar as “dores de cabeça” de ter algo mais diverso.
Por outro lado, Bastian confirmou que a Embraer entrou em contato com a Delta para entender melhor o que a companhia aérea espera de um avião futuro que substitua seus jatos Airbus A320 e Boeing 737. “Eles estão apenas tentando sentir o mercado, mas uma oferta mesmo seria mais para o final da década, de maneira prática, não algo que possamos tomar decisões”.
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