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CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, explica as diferenças na quantidade de voos entre os vários destinos

No LinkedIn, Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, abordou um tema que os viajantes sempre questionam: as disparidades na quantidade de voos disponíveis entre diferentes cidades. Segundo ele, apesar do desejo da companhia de oferecer uma variedade de horários e mais frequências para todos os destinos, diversas limitações influenciam essa realidade.

Cadier ilustra o planejamento da malha aérea como um quebra-cabeça complexo, onde cada peça precisa se encaixar de maneira eficaz. O principal fator determinante é a demanda de passageiros, que varia significativamente de uma localidade para outra.

Além da demanda, outros aspectos são levados em consideração, como as condições operacionais dos aeroportos, os horários disponíveis, a disponibilidade de aeronaves e a alocação da equipe que opera os voos. Ele exemplifica essa complexidade ao mencionar que não seria viável justificar um voo semanal para um aeroporto que atenda apenas a um número reduzido de passageiros.

Outra questão importante que Cadier destaca é a natureza dessa demanda. Voos que atendem principalmente a turistas tendem a ter uma receita por passageiro inferior em comparação com aqueles que transportam viajantes a trabalho.

Ele menciona que São Paulo e Rio de Janeiro são centros de negócios vitais para o país, e por essa razão, a rota entre Congonhas e Santos Dumont conta com 20 decolagens diárias. Essa elevada frequência reflete a necessidade de passageiros corporativos, que muitas vezes viajam para reuniões e necessitam de horários flexíveis, além de reconhecer que frequentemente realizam várias viagens por semana, o que contrasta com o turismo.

Além disso, Cadier enfatiza a importância das conexões no sistema aéreo. Um dado relevante que ele apresenta é que mais de 50% dos passageiros que transitam pelo Aeroporto de Guarulhos estão em conexão para outros destinos.

Frequentemente, a origem do voo desses passageiros não oferecerá um voo direto para seu destino final. O conceito de “hub” é central nesse contexto, pois, ao agrupar passageiros de diferentes localidades em busca de um mesmo destino, a operação se torna justificável e eficiente.

Em sua mensagem, Cadier resume que as variações no número de voos de uma rota para outra são influenciadas por hábitos, necessidades e questões técnicas. Ele lembra que um avião nunca opera isoladamente; ele é parte de uma grande operação que deve funcionar em harmonia para garantir que todos os passageiros cheguem ao seu destino com eficiência.

O esclarecimento do CEO contribui para um maior entendimento dos desafios enfrentados pelas companhias aéreas na formação de suas rotas e na otimização das operações aéreas, além de destacar a importância do planejamento cuidadoso na entrega de um serviço de qualidade aos viajantes.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.