Sempre vocal e polêmico, o chefe da Ryanair, Michael O’Leary, entrou em outra briga, desta vez com um dos aeroportos de Bruxelas (Bélgica), de onde retirará parte de seus aviões em meio a uma disputa sobre taxas e tarifas. A medida fará com que um terço dos voos da companhia irlandesa desapareça do terminal de Zaventem, que é o principal aeroporto da cidade, até pelo menos março do ano que vem.
O’Leary disse que isso se deve a um aumento nas tarifas aeroportuárias e à introdução de uma taxa de voo, acrescentando que as taxas aeroportuárias são 300% a 400% mais altas em Zaventem do que em Charleroi, que é o outro grande aeroporto de Bruxelas.
Anteriormente, ele esperava expandir as operações em Zaventem, mas o aeroporto agora está aumentando suas tarifas e o governo belga introduziu uma taxa de voo de € 2 a € 10, por passageiro, dependendo do destino. O’Leary disse que a Ryanair não retornará a Zaventem até que o aeroporto reduza suas tarifas e a taxa de voo seja removida, informou o jornal belga De Standaard.
A Ryanair enfrentou uma greve de pilotos e tripulantes belgas este ano em protesto contra as condições de trabalho, mas O’Leary disse que isso não influenciou a saída de Zaventem. Ele disse que os 80 funcionários baseados ali serão transferidos para Charleroi ou outros aeroportos em países vizinhos, “a um custo menor”, acrescentando: “Eles podem ficar em lugares mais quentes do que Bruxelas neste inverno”.
“O aeroporto de Bruxelas é apenas um aeroporto muito mal administrado e [o CEO] Feist não entende nada sobre aviação. Seu aeroporto ainda está funcionando um quarto a menos do que antes do corona. Nossa estratégia não falhou nos aeroportos premium, pelo contrário, estamos crescendo lá”, disse o CEO da Ryanair em entrevista a outro jornal, o De Tijd.
O importante de ter alguém como O’Leary no mercado é que ele mostra, com muito menos discrição do que outros executivos, como o mundo funciona de fato.
