Recentemente, a Ethiopian Airlines se viu envolvida em uma controvérsia acalorada após a divulgação de um vídeo viral em que uma passageira foi impedida de embarcar em um voo que partia de Addis Ababa para Nairobi.
O incidente, datado de 19 de julho de 2024, gerou reações intensa nas redes sociais, especialmente após ser compartilhado pelo correspondente internacional da CNN, Larry Madowo, que teve suas informações contestadas e chamado de mentiroso. Ele, no entanto, para provar seu lado, foi atrás de mais informações.
Madowo, que estava a bordo do voo ET-308 operado por um Boeing 737 MAX 8, relatou ter presenciado a situação em que a mulher foi retirada da aeronave após alegadamente ter seu assento tomado por um ministro etíope. Ele descreveu a cena em seu Twitter, chamando o evento de “vergonhoso” e destacando a falta de desculpas por parte da companhia aérea.
RECEIPTS: Ethiopian Airlines called me a liar, so I tracked down the passenger in my viral video who was offloaded for a minister.
— Larry Madowo (@LarryMadowo) August 2, 2024
ET called police on Aisha and her husband, forced them to delete their videos & left them stranded in Addis for 24hrs. They’ve received no apology pic.twitter.com/xd95vt3A34
O vídeo de 37 segundos que acompanhou o relato mostrava a mulher diante da porta da aeronave, reclamando sobre a situação e afirmando que a decisão estava relacionada ao tratamento preferencial de pessoas em cargos políticos. O suposto tratamento discriminatório atraiu críticas, levando usuários das redes sociais a clamarem por um boicote à Ethiopian Airlines.
Em resposta à repercussão, a Ethiopian Airlines emitiu uma declaração explicando sua versão dos eventos. A companhia disse que o voo enfrentou uma situação de overbooking e que os passageiros que tentaram embarcar não obedeceram às instruções da equipe de embarque.
Segundo a empresa, a passageira em questão era uma viajante standby e, assim que o voo ficou cheio, foi considerada não autorizada a voar. A companhia enfatizou que a presença de um passageiro VIP não influenciou a situação de gerenciamento de assentos.
Investigação mais a fundo
Larry Madowo, então, se propôs a investigar o caso mais a fundo e conseguiu entrevistar Aisha, a passageira afetada. Em sua declaração, Aisha contestou as alegações da Ethiopian Airlines, afirmando que possuía passagens confirmadas desde março e que havia feito o check-in normalmente.
Segundo ela, foi apenas na porta do avião que foi informada de que sua reserva não estava mais válida, sem receber qualquer desculpa ou comunicação da companhia.
Além disso, Aisha revelou que um funcionário da Ethiopian Airlines havia mencionado que a presença de um ministro que fez uma reserva de última hora foi o motivo pelo qual ela não pôde embarcar.
Após a abordagem e a retirada do avião, a polícia foi chamada, e Aisha foi forçada a deletar os vídeos que havia feito durante a situação, sendo reprogramada para o próximo voo apenas 24 horas depois, sem qualquer oferta de acomodação.
Este incidente se desdobra em um debate muito mais amplo sobre os direitos dos passageiros e a responsabilidade das companhias aéreas em situações de overbooking e tratamento desigual.
A resposta da Ethiopian Airlines e a defesa da passageira ressaltam a complexidade dos direitos dos consumidores em um ambiente de aviação que, muitas vezes, pode ser opressivo e confuso. A situação continua a ser acompanhada de perto por observadores das questões de aviação e dos direitos civis, enquanto o clamor por justiça e transparência se intensifica nas plataformas digitais.