Chanceler sob fogo após voar sem máscara, enquanto alemães ‘normais’ ainda devem usá-la

Uma visita oficial do chanceler alemão Olaf Scholz ao Canadá se tornou uma polêmica em seu país não pelos assuntos discutidos, mas pelo fato do diplomata ter sido fotografado em um avião oficial, repleto de passageiros entre imprensa e convidados, sem máscara, enquanto seu país ainda obriga aos passageiros das empresas aéreas a usarem a cobertura facial.

A Alemanha ainda tem uma regra rigorosa de máscara facial em vigor em todos os voos comerciais de, para e dentro do país, cuja vigência pode se estender até abril de 2023. No entanto, Scholz viajou com uma grande comitiva, incluindo até 80 jornalistas, onde, pelo que mostram as imagens, ninguém estava obrigado a usar máscara.

Indagado pela imprensa alemã, o escritório da chancelaria admitiu que nenhum dos passageiros a bordo do Airbus A340 do governo era obrigado a usar uma máscara facial, mas o porta-voz insistiu que a regra não se aplicava porque todos a bordo, incluindo Scholz, tiveram que fazer um teste de PCR dentro de algumas horas de embarque no voo.

Um porta-voz do governo acrescentou: “Não há exigência de máscara nos voos da Força Aérea. Todos os participantes da viagem devem apresentar um teste PCR negativo antes de embarcar. Isso garante um alto nível de proteção”.

A isenção citada não está especificamente escrita na Lei de Proteção contra Infecções da Alemanha. Por conta disso, um editorial do respeitado jornal Der Spiegel disse que a suposta exceção é “desrespeitosa” ao povo alemão. Outro noticiário, o Die Welt, disse que as imagens expuseram todo o “absurdo” de continuar com as regras da pandemia.

Os periódicos citam que o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) aconselhou os estados membros da UE a abandonar os mandatos de máscaras de bordo de aviões em maio. A Alemanha foi um dos países que ignorou as recomendações, mantendo seu mandato de máscara em vigor.