Já há quase três meses desde que as sanções ocidentais responderam à invasão russa na Ucrânia e, cada vez mais, essa situação preocupa, pois não há como assegurar que a manutenção dos aviões estão de Airbus, Boeing e Embraer estão sendo adequadamente cumpridas. Lembrando que, com os embargos, as fabricantes estão impedidas de prestarem serviços ou fornecerem peças para as aeronaves voando no país do presidente Vladimir Putin.
Nesse contexto, o chefe da agência europeia de segurança da aviação EASA, Patrick Ky, se pronunciou, dizendo ser “muito inseguro” voar na Rússia atualmente. Ele disse em uma conferência que estava “muito preocupado” porque atualmente há muitas aeronaves ocidentais em serviço na Rússia.
A posição de Ky se baseia no fato de que é altamente problemático que as companhias aéreas russas não consigam obter peças de reposição e que etapas do trabalho que só poderiam ser feitas por empresas ocidentais também estão impossibilitadas, como informa a agência de notícias Reuters. No contexto atual, é previsível que a Rússia seja obrigada a canibalizar aeronaves para manter outras em operação, reutilizando e reformando peças.
ISENÇÕES – Ky também pediu uma visão diferenciada da situação em termos de entrega de peças de reposição e serviços. Para ele, os reguladores devem considerar os pedidos de isenções da Rússia “caso a caso”. Isso não significa que as sanções devam ser abolidas em geral, mas ele se mostrou a favor de examinar casos específicos, “se isso [fornecimento de peças e serviços] fosse necessário por razões humanitárias. Mas não deve se tornar a norma”.
A contraparte americana da EASA, a FAA, também tem dúvidas sobre a segurança da aviação russa. Em abril, a Administração Federal de Aviação FAA rebaixou a classificação de segurança da Rússia, explicando que a Agência Federal de Transporte Aéreo do país não cumpriu as normas de segurança da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO).
