Reviravoltas acontecem o tempo todo no mundo político e corporativo, de modo que é difícil prever o que pode acontecer no dia de amanhã. Entrevistas com executivos de empresas, por exemplo, dificilmente refletem a realidade do que está para acontecer e são usadas geralmente como mera ferramenta de marketing. Um exemplo disso envolve a Ryanair e sua sede na Irlanda.
O que se diz agora é que a empresa de baixo custo poderia abandonar casa irlandesa e mudar a sede corporativa para outro país se as taxas de impostos aumentarem sob a administração do Sinn Féin, na República da Irlanda, alertou o executivo-chefe da companhia aérea, Michael O’Leary. E se a Ryanair precisar de um novo ambiente de impostos baixos, pode até se mudar para qualquer país mais “barato”.
Relata o noticiário britânico Telegraph que, com uma alíquota única de imposto corporativo de apenas 12,5%, a Irlanda se tornou um domicílio popular com baixa tributação para multinacionais que precisam estabelecer negócios na União Europeia. Mas com rumores de que o Sinn Féin poderia em breve chegar ao poder, há temores de que o partido possa começar a mexer nas taxas.
“Podemos muito bem pensar em mudar a sede para fora da Irlanda. Se as taxas de imposto sobre as sociedades começarem a ser manipuladas por um governo do Sinn Féin, então sim, mudaríamos. Não teríamos nenhuma dificuldade em sair”, disse O’Leary. “Nós nos vemos como uma grande história de sucesso na Europa. Somos a companhia aérea número um na maioria dos países europeus em que operamos. Estamos orgulhosos de ser irlandeses, mas eu não morreria em uma vala por causa disso”.
Lançando um ataque a Sinn Féin, que ele descreveu como “iletrado economicamente”, O’Leary alertou que “todos estarão fugindo do país em massa” caso cheguem ao poder quando houver eleições em 2025.
Se O’Leary precisar procurar um novo domicílio fiscal para a Ryanair, ele pode ficar tentado pelo baixo custo de vida de Budapeste e pela taxa única de imposto da Hungria de apenas 9%. Outros países europeus com baixas taxas de impostos incluem Bulgária (15%), Chipre (12,5%), República Checa (15%) e Lituânia (15%).
