Em uma declaração recente ao jornal português Publico, a nova CEO da TAP Air Portugal, Christine Ourmières-Widenerde disse que “o Porto nunca será o nosso segundo pólo”. Com a fala, a executiva “cutucou um vespeiro”.
A CEO explicou que a companhia aérea nacional tem de se concentrar na capital do país nesse momento, principalmente por estar em processo de reestruturação. “Devemos ter o cuidado de não diluir o nosso ativo mais importante, o Aeroporto de Lisboa, ou a estratégia central da empresa, nem correr riscos para expandir as operações noutra localidade”, afirmou.
A declaração da empresa gerou polêmica e reverberou entre políticos, que alegam que a TAP está esquecendo a importância estratégica do norte do país, cujo centro comercial e turístico é justamente a cidade do Porto.
O presidente da Câmara Municipal do Porto foi muito mais longe. “A Tap representa apenas 10 por cento dos voos do Porto. Não é uma companhia aérea nacional, mas sim uma companhia aérea que tem o seu hub em Lisboa e, portanto, não tem utilidade para a cidade, pelo contrário”, disse Rui Moreira ao jornal Expresso.
O político continuou: “Não queremos Tap aqui, é melhor que ela não venha. Não faz sentido que o resto do país pague por algo que não rende nada”, disse Moreira, referindo-se ao programa de ajuda governamental de € 2,7 bilhões recentemente aprovado pela UE. Ele exige, portanto, dinheiro ao governo para conseguir atrair novas companhias aéreas para o Aeroporto do Porto.
Não foi por acaso que a TAP enviou um comunicado à imprensa no dia 29 de dezembro sobre uma expansão no Porto. No próximo verão, a gama de voos intercontinentais para o Brasil será ampliada com dois voos adicionais por semana. Com isso, o Porto estará ligado três vezes por semana a São Paulo e duas vezes ao Rio de Janeiro.
