Chefe de empresa aérea e ex-diretor de aeroporto vão presos por terrorismo

Foto: Syphax Airlines

O Ministério Público do Pólo Judicial Antiterrorista da Tunísia ordenou na segunda-feira (12) a prisão do CEO da Syphax Airlines e ex-deputado, Mohamed Frikha, junto com outras conhecidas figuras do país, segundo relatos da mídia local. O empresário foi levado em custódia como parte de uma série de prisões que incluíram vários políticos e oficiais de segurança, incluindo um ex-diretor do Aeroporto Internacional de Tunis-Carthage.

Veículos de imprensa citaram as autoridades locais para dizer que, inicialmente, os detidos ficariam em custódia de cinco dias, período que pode ser estendido. As investigações referem-se ao envio de jovens tunisianos para focos de tensão no Oriente Médio e foram abertas após uma denúncia apresentada pela ex-deputada Fatma Mseddi em dezembro de 2021, na tentativa de revelar uma verdade oculta.

Em comunicado ao jornal Al-Sabah, o advogado de Mseddi disse que o arquivo contém testemunhos e documentos que confirmam a presença de uma organização secreta que, cooperando com grupos criminosos locais e internacionais, organizou a viagem tunisianos para Síria, Iraque e Líbia.

Outros testemunhos dizem que o judiciário da Tunísia, durante a última década, encobriu o caso, assim como outras investigações, como as relativas a assassinatos e à organização secreta do movimento islâmico Ennahda.

A recente detenção, observam os especialistas ouvidos pelos jornalistas locais, pode realmente sinalizar a seriedade das autoridades tunisianas para esclarecer uma questão delicada que esteve no centro da controvérsia política nos últimos anos e que retratou a Tunísia como o ponto de partida para milhares de extremistas jihadistas.

Frikha, por sua vez, havia negado anteriormente relatos de seu envolvimento com o caso. Ele alega que foi atacado por causa de seus laços estreitos com o Ennahda e sua decisão de concorrer à presidência e com o apoio do movimento islâmico.

O jornalista Zied el-Hani afirmou em comunicado à estação de rádio local IFM na terça-feira (13) que a aérea Syphax prestou serviços às redes terroristas, transportando jovens jihadistas para a Turquia antes de serem transferidos para o Iraque e a Síria para se juntarem à luta ao lado de extremistas.

Um levantamento do jornalista local mostrou que mais de 80% dos voos da Syphax tinham a Turquia como destino.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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