Chega a quase US$ 2 bilhões a quantia de fundos de companhias aéreas bloqueados por países

Imagem ilustrativa – Fonte: Marco Verch / CC BY 2.0, via Flickr

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) emitiu um comunicado nessa quarta-feira, 7 de dezembro, alertando para o fato de que o valor dos fundos de companhias aéreas para repatriação bloqueados pelos governos aumentou mais de 25% (US$ 394 milhões) nos últimos seis meses. Agora, o total de fundos bloqueados chega a quase US$ 2,0 bilhões (sem contar a Venezuela).

A IATA pede aos governos que removam todas as barreiras para as companhias aéreas repatriarem suas receitas de vendas de passagens e outras atividades, de acordo com acordos internacionais e obrigações de tratados.

A Associação também informa que está renovando seus apelos à Venezuela para liquidar os US$ 3,8 bilhões em fundos de companhias aéreas que foram impedidos de serem repatriados desde 2016, quando a última autorização para repatriação limitada de fundos foi permitida pelo governo venezuelano.

“Impedir as companhias aéreas de repatriar fundos pode parecer uma maneira fácil de proteger os tesouros esgotados, mas, em última análise, a economia local pagará um preço alto. Nenhuma empresa pode sustentar a prestação de serviços se não puder ser paga e isso não é diferente para as companhias aéreas. As ligações aéreas são um catalisador econômico vital. Permitir a repatriação eficiente de receitas é fundamental para qualquer economia permanecer globalmente conectada aos mercados e cadeias de suprimentos”, disse Willie Walsh, Diretor Geral da IATA.

Os fundos das companhias aéreas estão sendo bloqueados para repatriação em mais de 27 países e territórios. Os cinco principais mercados com fundos bloqueados (excluindo a Venezuela) são:

– Nigéria: US$ 551 milhões

– Paquistão: US$ 225 milhões

– Bangladesh: US$ 208 milhões

– Líbano: US$ 144 milhões

– Argélia: US$ 140 milhões

Nigéria

O total de fundos de companhias aéreas bloqueados para repatriação na Nigéria é de US$ 551 milhões. Os problemas de repatriação surgiram em março de 2020, quando a demanda por moeda estrangeira no país superou a oferta e os bancos do país não conseguiram atender às repatriações de moeda.

Apesar desses desafios, as autoridades nigerianas têm se engajado com as companhias aéreas e estão, juntamente com a indústria, trabalhando para encontrar medidas para liberar os fundos disponíveis.

“A Nigéria é um exemplo de como o engajamento governo-indústria pode resolver problemas de fundos bloqueados. O trabalho com a Câmara dos Representantes da Nigéria, o Banco Central e o Ministro da Aviação resultou na liberação de US$ 120 milhões para repatriação com a promessa de uma nova liberação no final de 2022. Esse progresso encorajador demonstra que, mesmo em circunstâncias difíceis, as soluções podem ser encontrado para liberar fundos bloqueados e garantir conectividade vital”, disse Kamil Al-Awadhi, vice-presidente regional da IATA para a África e o Oriente Médio.

Venezuela

As companhias aéreas também reiniciaram os esforços para recuperar os US$ 3,8 bilhões em receitas aéreas não repatriadas na Venezuela. Não houve aprovações de repatriação desses fundos de companhias aéreas desde o início de 2016 e a conectividade com a Venezuela diminuiu para um punhado de companhias aéreas que vendem passagens principalmente fora do país.

De fato, entre 2016 e 2019 (o último ano normal antes da COVID-19), a conectividade de/para a Venezuela caiu 62%.

A Venezuela agora está procurando fortalecer o turismo como parte de seu plano de recuperação econômica da COVID-19 e está buscando companhias aéreas para reiniciar ou expandir os serviços aéreos de/para a Venezuela.

O sucesso será muito mais provável se a Venezuela for capaz de incutir confiança no mercado, liquidando rapidamente dívidas passadas e fornecendo garantias concretas de que as companhias aéreas não enfrentarão nenhum bloqueio à futura repatriação de fundos.

Informações da IATA

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias