China Airlines muda pintura dos aviões para que não seja banida pelo governo chinês

A China Airlines, com sede em Taiwan, adotou uma postura muito conservadora quando apresentou a “nova pintura” dos seus aviões há pouco mais de um ano. Sem muita celebração (e nem muita criatividade), a empresa apenas colocou a silhueta do mapa da ilha de Taiwan dentro da letra “C” na palavra “Cargo”, dos aviões cargueiros.

Mas parece que, ainda assim, a China se sentiu incomodada. Ao menos foi o que disse o primeiro-ministro taiwanês, Su Tseng-chang, na sexta-feira (8) da semana passada.

“Trabalhamos na repintura das fuselagens, mas o novo design dificultou os voos para determinados lugares. Está claro que ainda temos trabalho a fazer”, disse ele, se referindo a dificuldades para conseguir aprovações e voos de carga de e para a China com a aeronave customizada.

Como resultado, a mídia local informou que a mais recente aeronave da companhia aérea já não traz mais uma imagem de Taiwan dentro da letra “C”.

Pandemia e confusão

Além da histórica inimizade entre Taiwan e China (a última entende que Taiwan deve ser parte de seu território), o governo taiwanês iniciou um processo de renovação da pintura da empresa em 2020, quando surgiu uma confusão sobre a origem das doações de equipamentos médicos enviadas por Taiwan a outros países no início da pandemia.

Isso porque, quando viram aviões da China Airlines (o nome oficial de Taiwan é República da China) nos aeroportos, os jornalistas estrangeiros atribuíram as doações de Taiwan à China.

Chegou-se a cogitar uma pintura realmente alusiva a Taiwan, mas a ideia não avançou. Os esforços e discussões para mudar a pintura resultaram apenas em naquele discreto “C” com o mapa estilizado e nada mais.

E isso agora, por incrível que possa parecer para alguns, é motivo de “conflito”. O tuíte abaixo mostra o próximo Boeing 777 a ser entregue para a China Airlines, que não terá mais o mapa de Taiwan na pintura.