Em meados de junho, a China Commercial Aviation Corporation (COMAC) havia confirmado sobre a conclusão das provas em voo do seu modelo de jato narrowbody C919, o último passo antes de obter a certificação de tipo para o avião.
Para celebrar o feito, a fabricante estatal divulgou um vídeo especial (abaixo) com os seis protótipos taxiando juntos, realizando algo similar a uma “Elephant Walk”. Esse termo foi cunhado pela Força Aérea dos EUA para designar o taxiamento conjunto de aeronaves militares logo antes da decolagem ou simplesmente para fazer demonstrações de força.
Testes de voo vinham ocorrendo desde 2019 nas bases da fabricante em Xangai, Xian, Dongying e Nanchang. A expectativa da COMAC é que o jato entre em operação comercial antes do final do ano.
Wow. COMAC C919 elephant walk. pic.twitter.com/YWIlu410y4
— ChinaAviationReview (@ChinaAvReview) July 24, 2022
A China Eastern Airlines será a primeira companhia aérea a operar o C919. O acordo para a compra de cinco aeronaves foi assinado entre a companhia aérea e a COMAC no outono de 2021. Todas as cinco aeronaves serão baseadas em Xangai e voarão para destinos como Pequim, Guangzhou, Shenzhen, Chengdu, Xiamen, Wuhan e Qingdao.
A COMAC, com sede em Xangai, desenvolve e fabrica o C919 desde 2008. A primeira amostra saiu da linha de produção na fábrica de montagem em novembro de 2015 e, em maio de 2017, foi ao ar pela primeira vez em Xangai.
A aeronave pode ser produzida em diversas modificações com diferentes números de assentos (de 158 a 190), similar aos concorrentes ocidentais da Airbus e Boeing. O alcance médio de voo do C919 será de cerca de 4.075 km, o máximo – 5.500 km, o C919 pode voar a uma altitude de até 12.000 m.
Encomendas para C919
Até o momento, a COMAC já recebeu pedidos de 815 aeronaves C919 de 28 companhias aéreas, quase todas na China, totalizando cerca de 500 bilhões de yuans (cerca de US$ 75 bilhões), segundo o site da empresa. Destas, apenas 34 aeronaves foram adquiridas por clientes estrangeiros.
A COMAC prevê que mais de 40.600 novas aeronaves serão entregues ao mercado global entre 2020 e 2039, totalizando cerca de US$ 5,9 trilhões. Destes, o volume de entregas das aeronaves chinesas C919 e ARJ21 desenvolvidas pela empresa pode ser de cerca de US$ 732 bilhões.
