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China encomenda 300 aviões da Airbus e desomologa Boeing 737 MAX

A Airbus e o governo da República Popular da China assinaram um termo de intenções para a compra de 300 aeronaves e a agência de regulação de aviação chinesa anunciou que irá “desomologar” o Boeing 737 MAX.

O acordo da Airbus inclui 290 aviões da família A320neo e 10 da família A350 XWB. De acordo com uma previsão da Airbus, o mercado chinês irá precisar de em torno 7.400 novas aeronaves de passageiros e cargas até 2037 para atender a demanda.

Isso representa mais de 19% de toda a demanda global, prevista para 37.400 aviões novos no mesmo período. Até o fim de janeiro de 2019 a frota Airbus na China totalizava 1.730 aeronaves, sendo 1.455 da família A320.

Suspensão do Certificado de Aeronavegabilidade do 737 MAX

Boeing 737 MAX da Xiamen Airlines – Imagem: Boeing

Ainda sob os efeitos das revelações das investigações dos dois acidentes com o Boeing 737 MAX, a China (que foi o primeiro país a suspender os voos com o equipamento após o acidente da LionAir) agora tomou uma decisão mais drástica.

A autoridade aeronáutica do país decidiu suspender o certificado de aeronavegabilidade (CA) do 737 MAX. O CA no Brasil é um documento obrigatório para voo e cada aeronave (matrícula) possui o seu, que não é transferível.

No caso da China o CA é mais relacionado a homologação da aeronave. Parar operar regularmente no país é necessário que a agência local certifique a aeronave e a homologue.

Como maioria das aeronaves no mundo é feita nos EUA, Europa, Canadá ou Brasil, as agências de outros países apenas analisam e ratificam a homologação feita pela FAA, EASA, TCAA ou ANAC dado o histórico de confiabilidade, experiência e seriedade destas agências.

O mesmo ocorre para aeronaves brasileiras serem homologadas nos EUA, ou aeronave européia homologada no Brasil. Porém esse elo de confiança foi quebrado quando suspeitas surgiram sobre a FAA de favorecer a Boeing no processo de homologação do 737 MAX.

A decisão da China é histórica e também foi motivada pela guerra comercial que o país trava com os EUA (apesar que a mesma tem sido mais calma nos últimos meses).

Agora mesmo que a Boeing arrume todos os problemas envolvendo o 737 MAX, terá que submeter a aeronave para homologação novamente com a autoridade aeronáutica chinesa.

Com informações da Bloomberg e da Assessoria de Imprensa da Airbus

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