A China protestou contra a derrubada dos Estados Unidos de um balão chinês de alta altitude, que suspeitava ser para fins de inteligência. Em um comunicado, foi enfatizado que o lado chinês informou a Washington que a aeronave era para fins civis, que entrou no espaço aéreo americano por razões imperiosas e mera coincidência, e exigiu claramente que o assunto fosse tratado com calma, profissionalismo e moderação.
“A China está profundamente insatisfeita com o uso da força pelos EUA contra um drone civil e protesta contra o ataque”, disse o Departamento de Estado chinês.
“O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA disse que o balão não representava uma ameaça militar ou física ao pessoal em terra. Nessas circunstâncias, o lado dos EUA exagerou ao insistir no uso da força, em flagrante violação das regras internacionais e alfândega”, continuou.
No comunicado, relatado pela agência estatal turca Anadolu, foi afirmado que a China protegerá os direitos e interesses legítimos de empresas e instituições prejudicadas pelo incidente e se reservará o direito de reagir de acordo.
O balão
O Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono) anunciou em 3 de fevereiro que o balão de inteligência de alta altitude estava sobrevoando o continente americano e o exército americano estava seguindo. Alegou-se que o balão passou por sobre algumas instalações militares sensíveis no estado de Montana, entre elas depósitos de mísseis de longo alcance.
Enfatizando que não preferiram abater o balão por questões de segurança, mas que reservaram a opção de intervenção, os oficiais de defesa afirmaram que a detecção de balões da inteligência chinesa no espaço aéreo dos EUA não aconteceu pela primeira vez, e outros semelhantes foram encontrados nos últimos anos.
Foi relatado que os EUA haviam alertado seus colegas chineses sobre a gravidade do problema por meio da Embaixada de Pequim.
Descrição da China
Na declaração feita pela China, foi afirmado que o balão era uma civil e foi usado para pesquisas meteorológicas, vindo a entrar acidentalmente no espaço aéreo dos EUA ao ser arrastado pelos ventos.
“O lado chinês lamenta que a aeronave tenha entrado no espaço aéreo dos EUA por motivos forçados não intencionais”, disse o comunicado.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, disse: “Como país responsável, a China age de acordo com a lei internacional. Não pretendemos violar a soberania e o espaço aéreo de nenhum país. Esperamos que as partes relevantes considerem o assunto com calma”.
EUA abatem
Embora as declarações da China não satisfizessem Washington, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, cancelou sua visita planejada a Pequim de 5 a 6 de fevereiro.
“Estamos cientes da declaração da China, mas sabemos que foi uma bolha de vigilância”, disse o porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Patrick Ryder. tinha usado a frase.
Ryder afirmou que o balão continuou a sobrevoar o interior dos EUA a uma altitude de 60.000 pés e que o US Air Defense Command (NORAD) continuou a monitorar. Por ordem do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o balão foi abatido por aviões de caça F-22 Raptor quando já estava sobre o oceano Atlântico, ainda em águas territoriais americanas.
O trabalho continua para coletar os destroços do balão, que dizem ser “do tamanho de três ônibus escolares”, disse o governo dos EUA.
