Carlos Tavares, ex-CEO da gigante automotiva Stellantis e natural de Portugal, informou à mídia portuguesa sua disposição em participar da planejada privatização da TAP Air Portugal.
Embora não tenha interesse em um cargo executivo, Tavares manifestou-se aberto a integrar a empresa a nível de conselho ou como investidor, possivelmente assumindo uma posição acionária.
Em declarações ao jornal Expresso, ele enfatizou que sua motivação principal é contribuir para uma solução estratégica que beneficie Portugal, mencionando um “apelo patriótico” inexplicável.
Tavares, que não possui experiência prévia no setor aéreo, elogiou a atual gestão da TAP, argumentando que a performance recente da companhia prova sua viabilidade e que o governo tem adotado uma perspectiva de longo prazo ao lidar com a transportadora nacional.
Ele esclareceu que não tem mantido discussões sobre a privatização da TAP com o governo, que é o acionista majoritário da empresa desde a nacionalização em 2021 e terá a palavra final sobre a venda.
Apesar do avanço da privatização ter sido temporariamente congelado pelo governo antes da votação do orçamento estadual de 2025, a recente aprovação deste orçamento reacendeu o processo.
O plano aprovado não menciona explicitamente a privatização, mas prevê a criação de um grupo de trabalho para analisar o setor de empresas estatais. Liderado por João Carlos Pinhão, vice-presidente da Parpública, o grupo está encarregado de avaliar quais entidades devem ser alienadas.
A TAP não foi mencionada especificamente, mas relatos indicam que a Parpública poderá conduzir o processo de desestatização, já tendo contratado assessores para tal.
A privatização da TAP é um tema controverso, com a oposição resistindo a uma desestatização completa, enquanto grupos aéreos internacionais como Air France-KLM, IAG e Lufthansa demonstram interesse na companhia portuguesa.
Humberto Pedrosa, antigo acionista da TAP, também comentou sobre a possibilidade de reintegrar-se à estrutura acionária da transportadora. Os resultados do grupo de trabalho devem ser divulgados até o final do primeiro trimestre de 2025.
