Como tem sido visto nas últimas semanas, a China decidiu desistir de sua política de Covid-19 zero no país e iniciou o abrandamento das severas medidas restritivas que mantinha até o final de 2021, incluindo as relativas ao transporte aéreo.
Como consequência, há uma explosão de casos de Covid-19 entre os chineses, e muitos países estão adotando medidas restritivas na chegada de viajantes provenientes da China, como exigência de testes RT-PCR e outros, assim como a própria China ainda segue solicitando o teste para quem embarca rumo ao país.
Diante disso, Willie Walsh, Diretor Geral da IATA, a associação internacional que representa, estuda e apoia o transporte aéreo comercial mundial, emitiu o seguinte comunicado, com críticas às decisões adotadas pelos governos mundo afora:
“Vários países estão introduzindo testes de COVID-19 e outras medidas para viajantes da China, embora o vírus já esteja circulando amplamente dentro de suas fronteiras. É extremamente decepcionante ver essa reinstauração automática de medidas que se mostraram ineficazes nos últimos três anos.
A pesquisa realizada em torno da chegada da variante Omicron concluiu que colocar barreiras no caminho das viagens não fez diferença no pico de propagação de infecções. No máximo, as restrições atrasaram esse pico em alguns dias. Se uma nova variante surgir em qualquer parte do mundo, a mesma situação seria esperada.
É por isso que os governos devem ouvir os conselhos de especialistas, incluindo a Organização Mundial da Saúde, que desaconselham as restrições de viagem.
Temos as ferramentas para gerenciar a COVID-19 sem recorrer a medidas ineficazes que cortam a conectividade internacional, prejudicam economias e destroem empregos. Os governos devem basear suas decisões em ‘fatos científicos’ e não em ‘políticas científicas’.
Embora a China tenha facilitado significativamente suas medidas de restrição de fronteira, exorto o governo chinês a também eliminar a necessidade de testes de COVID-19 antes da partida para aqueles que viajam para a China”.