Início Aeroportos

Com dificuldades para comprar passagens, moradores de Noronha dormem no aeroporto

Imagem: Azul Linhas Aéreas

Moradores de Fernando de Noronha, arquipélago administrado por Pernambuco, estão enfrentando certas dificuldades em se locomover para fora da ilha ao não conseguirem comprar passagens aéreas. Com o problema, eles estão tendo que pernoitar no aeroporto para conseguir embarcar, muitas vezes sem sucesso, devido à alta taxa e lotação das aeronaves.

Os problemas enfrentados pelos moradores da ilha têm relação direta com a restrição parcial das operações de pouso de aeronaves com motores à reação no aeroporto, imposta pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) desde outubro do ano passado, após encontrar graves problemas na pista de pouso.

Com isso, as duas companhias aéreas que operam no local, a Azul Linhas Aéreas e a Voepass, que assumiu o lugar da Gol Linhas Aéreas, estão utilizando aeronaves ATR 72, com menor capacidade em relação aos Embraer E195 e Boeing 737 anteriormente utilizados.

No mais, aeronaves de táxi aéreo que operam no aeroporto estão oferecendo voos para Recife com valores que variam entre R$ 2,8 mil e R$ 5 mil, preços que fogem da realidade de moradores de Fernando de Noronha. Em relato ao g1, um morador da ilha, de 50 anos, confirmou que precisou dormir três dias no aeroporto para conseguir uma passagem aérea e assim visitar seus familiares na capital pernambucana.

Cheguei ontem aqui após três dias de espera. Se não dormisse no aeroporto, não teria como. Os funcionários da companhia aérea ficavam com os papéis da nossa chegada e cada dia assinavam um deles. Tinha que estar presente para não perder a vez“, afirmou o morador.

Outra passageira, que precisou dormir dois dias no aeroporto para conseguir viajar até Recife para realizar um trabalho para sua sobrinha, disse que agora tenta passagem aérea para retornar à ilha.

Nós, moradores da ilha que temos a carteirinha, tínhamos direito a comprar passagem para até um ano depois. Agora, com essa situação, só posso comprar passagem até quatro dias antes do voo. Mesmo assim, não estou conseguindo. Eu quero voltar dia 18 de janeiro e só aparece passagem para o dia 20. E eu tenho que trabalhar“, afirmou a mulher.

O Governo de Pernambuco, disse em nota que, está comprometido com a resolução do fluxo aéreo de Fernando de Noronha, e que a nova gestão está “atualizando os processos, que estão sendo revistos de forma criteriosa para garantir a transparência e uso adequado dos recursos públicos” para tudo ser normalizado.

Obras

Atualmente, o aeroporto do arquipélago passa por sua segunda fase de obras na pista, orçadas em R$ 59,9 milhões e executadas pelo Governo do Estado de Pernambuco ainda na gestão de Paulo Câmara (PSB). As obras contemplam intervenções de requalificação do pavimento e implantação de sistema de drenagem e sinalização, que têm prazo de conclusão de 12 meses e faz parte da readequação de capacidade.

Conforme apresentado pelo AEROIN, na última quinta-feira (12), foram identificadas uma série de problemas na pista do aeroporto. Um relatório recente apontou que oito trechos da pista não apresentam as condições ideais para a realização de pousos e decolagens de aviões de grande porte. Dentre esses trechos, três estão ruins, três muito ruins e dois em péssimo estado, mesmo após as obras emergenciais de recuperação da pista.

Leia mais:

Sair da versão mobile