
O efeito Trump chegou à aviação e o tráfego entre os dois países da América do Norte deve sofrer uma queda brusca.
Desde que assumiu seu segundo mandato, em 20 de janeiro, Donald Trump tem afirmado que o Canadá recebe benefícios injustos e deveria ser taxado mais, além de sugerir a possibilidade de o país se tornar um estado americano.
A situação levou o governo canadense a responder com tarifas de importação recíprocas contra os EUA e gerou um sentimento antiamericano, que já começa a impactar o setor aéreo.
Na semana passada, a United Airlines reduziu voos da capital Washington D.C. para duas cidades canadenses e suspendeu uma nova rota entre Toronto e Los Angeles, que seria criada para atender à demanda do verão.
United Airlines reduces some Canada flights this summer:
— Ishrion Aviation (@IshrionA) March 21, 2025
• Toronto (YYZ) to Los Angeles (LAX) new route canceled
• Washington DC (IAD) to Ottawa (YOW) 4x → 3x daily
• Washington DC (IAD) to Montreal (YUL) 3x → 2x daily
+ some other reductions on Saturdays
Do lado canadense, a WestJet cancelou o lançamento da rota de Calgary para o Aeroporto LaGuardia, em Nova York, e confirmou a suspensão do voo entre Edmonton e Orlando.
Agora, dados divulgados pela consultoria especializada OAG mostram um cenário ainda pior: o número de reservas feitas em março para os meses seguintes está até 70% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
A maior queda ocorre nos meses mais próximos: abril, maio e junho registram uma redução entre 71% e 75% nas reservas feitas em março. Por outro lado, a oferta de assentos permanece praticamente inalterada, com uma pequena redução de 3,5% nos meses finais do verão, em julho e agosto.
Até o momento, nenhuma companhia aérea se pronunciou oficialmente sobre os cortes, que foram percebidos apenas por passageiros que já haviam adquirido bilhetes e pela mídia especializada que monitora a programação de voos.