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Com dois porta-helicópteros, Marinha do Brasil e da França realizam operação no Rio

Divulgação – Marine Nationale

Após três dias de intensos exercícios, terminou, nesta terça-feira (16), a fase de mar da Operação “Jeanne d’Arc 2024”, realizada pela Marinha do Brasil (MB) com as Forças Armadas da França, que incluem a Marine Nationale da França (MNF) e a 9ª Brigada do Exército francês.

Um dos pontos altos dos exercícios foi a Demonstração Operativa de uma Incursão Anfíbia, realizada na Ilha da Marambaia (RJ), na região da Baía de Sepetiba, no dia 15 de abril, que contou com meios e militares brasileiros e franceses.

Durante a Demonstração Operativa da Incursão Anfíbia, foram desembarcados, na praia, militares brasileiros e franceses para realizarem uma missão simulada. Dentre os participantes estavam equipes de Operações Especiais, infiltradas por meio de Salto Livre Operacional, unidades anfíbias da Força de Fuzileiros da Esquadra, além das embarcações de desembarque de ambos os países, que abicaram na praia para desembarcar os Fuzileiros Navais.

O Comandante da 1ª Divisão da Esquadra, Contra-Almirante Nelson de Oliveira Leite, Comandante da Força-Tarefa Anfíbia Combinada, relembra que essa operação é uma oportunidade ímpar para adestrar os militares da MB e para compartilhar táticas, técnicas e procedimentos com as Forças Armadas da França, que também possui experiência nesse tipo de operação. Além disso, ele destacou a importância do treinamento de incursões anfíbias, para aprimorar a capacidade de conquistar um objetivo em território hostil, por meio da infiltração de meios e tropas, com uma retirada planejada, a partir do emprego das Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais. “No mundo atual, em que temos conflitos em curso, pode surgir a necessidade do Brasil retirar civis de algum local de interesse, e esse tipo de operação realizada aqui, se adéqua perfeitamente a essa situação. A Marinha francesa, por exemplo, antes de vir para essa missão, estava no Haiti, retirando nacionais daquele país, por conta de problema de segurança pública”, ressalta.

Para o Comandante do Navio Anfíbio Porta-Helicópteros “Tonnerre” e Comandante do Grupo-Tarefa francês “Jeanne d’Arc”, Capitão de Mar e Guerra Adrien Jules Marie Schaar, a relação entre as Forças Armadas, principalmente no domínio anfíbio, é muito agregadora. “Essa parceria entre Brasil e França é antiga, e se intensificou ainda mais com a vinda recente do Presidente da  França, Emmanuel Macron, à Base de Submarinos em Itaguaí”. O Oficial francês também destacou a importância da missão. “Nós fazemos uma viagem de cinco meses pela América Latina para formar os Oficiais-Alunos que estão embarcados e para fazer esse tipo de operação com as nações amigas, dentre as quais o Brasil é a principal na América Latina”, afirma.

Manobras de aproximação entre navios brasileiros e franceses
Divulgação – Marinha do Brasil

Durante a “Jeanne d’Arc 2024”, foram realizados outros treinamentos com o propósito de ampliar a interoperabilidade das Forças envolvidas, como o Leap Frog e o Light-Line entre navios brasileiros e franceses. Esses exercícios, que simulam manobras para a transferência de insumos e pessoal entre navios no mar, envolvem perícia, pois exigem que os navios naveguem muito próximos, o que requer o acompanhamento atento da equipe de manobra durante toda a ação.

Foram utilizados os helicópteros Airbus AS565 Panther da Marine Nationale e H225M Caracal (UH-15 Super Cougar) da Marinha do Brasil.

Nesta operação combinada, essas duas manobras foram realizadas entre o Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico” – Capitânia da Esquadra brasileira – e a Fragata “Guépratte” da Marinha Nacional da França; e entre a Fragata “Liberal”, da Marinha do Brasil, e o Navio Anfíbio Porta-Helicópteros “Tonnerre”, francês.

Esses exercícios têm sua necessidade reforçada, pois, Forças Navais em operações no mar precisam manter sua capacidade de autossustentação, permitindo que elas operem durante um período considerável, sem o apoio de suas bases.

No exercício de Leap-Frog, é treinada a manobra de aproximação de navios a curta distância, mas nenhum cabo é passado, e o navio mais a ré, inicia a aproximação, permanecendo a contrabordo por alguns minutos. Já o Light Line tem como principal propósito passar um cabo de distância com o objetivo de manter a posição entre os navios enquanto navegam, ambos adotando o mesmo rumo e velocidade. 

Estas duas manobras devem ser conduzidas no menor tempo possível, para que os navios envolvidos não se tornem alvos vulneráveis a um possível ataque, uma vez que estarão com seus movimentos restringidos.

Via Agência Marinha de Notícias

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