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Com foco no Brasil, mercado da Nova Zelândia pressiona por mais voos para a América do Sul

Divulgação – Air New Zealand

Em um esforço para melhorar os laços comerciais e diplomáticos entre a Nova Zelândia e a América Latina, o Centro de Excelência Ásia-Pacífico (CAPE) reuniu economistas, agências governamentais e representantes da indústria para explorar oportunidades de expandir a conectividade entre as duas regiões.

Atualmente, o mercado entre a Nova Zelândia e a América Latina é explorado pela LATAM, que opera voos entre Santiago e Auckland, que serve como escala para seguir para Sydney, na Austrália. Este serviço oferece uma capacidade compartilhada de 4.228 lugares por semana.

Em comparação com o período pré-pandemia, a capacidade atual de assentos é limitada. Dados obtidos pela Aviacionline por meio da Cirium mostram que a capacidade oferecida entre a Nova Zelândia e a América do Sul no primeiro trimestre de 2024 é 42% menor do que no mesmo período de 2019. Se incorporar o mercado australiano na comparação, a capacidade é 37,9% menor.

Antes da eclosão da pandemia, em 2020, a Air New Zealand operava de Auckland a Buenos Aires/Ezeiza variando frequências de acordo com a demanda sazonal, variando entre 3 e 5 voos por semana. Buenos Aires continua sendo o único destino internacional que a Air New Zealand não restabeleceu, citando a falta de aeronaves widebody.

Tanto a Air New Zealand quanto a LATAM ofereciam conexões convenientes para o Brasil. A companhia aérea neozelandesa tinha um acordo de codeshare com a Aerolíneas Argentinas e a LATAM operava seus próprios voos.

Em 2019, a Air New Zealand transportou 95.401 passageiros nessas rotas, com uma taxa de ocupação de 81%, e a LATAM movimentou 101.703 passageiros. Em 2023, a rota Nova Zelândia-Chile mobilizou 83.263 pessoas, refletindo uma redução de 57,6% no tráfego entre a Nova Zelândia e a América do Sul em comparação com o período pré-pandemia.

Mais voos para América Latina, alvo: Brasil

O desafio enfrentado por algumas das principais companhias aéreas da América do Sul (LATAM, Aerolíneas Argentinas e Avianca) e também pela Air New Zealand, é a limitação em sua frota de aeronaves widebody.

O Business Desk relata que vários grupos de interesse estão pressionando por uma ligação direta entre São Paulo e Auckland, duas cidades com importantes ligações comerciais e turísticas.

A proposta será submetida à Air New Zealand, considerando a aquisição pela companhia aérea de oito aeronaves Boeing 787-9. A LATAM, com seus próximos onze Boeing 787-9, também é vista como uma potencial candidata a estabelecer uma conexão direta entre as duas cidades.

Com uma distância de 12.045 quilômetros entre São Paulo e Auckland, a futura rota transpolar, com um mínimo de três voos semanais, requer duas aeronaves, e para um serviço diário seriam necessárias até quatro aeronaves.

A consultoria Eagle Aviation destaca o potencial do mercado de cargas, principalmente para a Ásia, aproveitando o diversificado mercado brasileiro. Outra variável é a diáspora brasileira na Australásia, onde há mais de 80 mil pessoas assentadas, sem contar os vistos temporários de trabalho e de viagem ou estudo fornecidos pelas duas nações.

Além de atender o mercado brasileiro-neozelandês, eles também buscam Auckland para ser um hub de conexões com a Ásia-Pacífico e o Leste Asiático, principalmente para fins corporativos, e para a Europa com escala em Guarulhos.

As negociações estão em andamento e resta saber qual companhia aérea, Air New Zealand ou LATAM, iniciará a primeira conexão direta entre Guarulhos e Auckland.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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