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Com grande apoio aéreo militar, “Aspirantex 2024” da Marinha do Brasil chega ao fim após 23 dias de comissão

Imagem: Marinha do Brasil

Após realizar exercícios operativos, de caráter estritamente militar, na área marítima entre o Rio de Janeiro e Ceará, a Operação “Aspirantex 2024” chegou ao fim na última sexta-feira (02). Cerca de 2.300 militares, incluindo 180 Aspirantes da Escola Naval (EN) e Cadetes do Exército Brasileiro (EB) e da Força Aérea Brasileira (FAB), participaram das atividades, que começaram em 11 de janeiro.

A comissão teve como objetivo incrementar o adestramento dos meios navais e aeronavais da Esquadra brasileira e familiarizar os Aspirantes, futuros Oficiais da Marinha do Brasil (MB), com a vida no mar. Na ocasião, os alunos do 2º ano da EN fizeram a escolha profissional entre os Corpos da Armada, de Fuzileiros Navais e de Intendentes da Marinha.

Durante os 23 dias de embarque, os Aspirantes acompanharam treinamentos de manobras táticas entre navios, navegação, transferência de carga no mar; o funcionamento de sistemas de bordo, como radares e máquinas; e o guarnecimento de postos em situações especiais e de emergência, como combate a incêndio e abandono. Ainda observaram simulações de interceptação e abordagem de embarcações suspeitas de cometerem ilícitos marítimos. Os alunos da EN interagiram com Oficiais de diversas áreas para esclarecer dúvidas e curiosidades e conhecer mais da carreira no dia a dia.

As atividades da “Aspirantex” são referentes às tarefas básicas do Poder Naval, que contribuem para a garantia da segurança marítima e para a proteção de objetivos e interesses nacionais na “Amazônia Azul”. A interação dos meios navais e aeronavais da Esquadra possibilitou aumentar a capacidade operativa da Força e reforçar o compromisso do aprimoramento constante da MB, seja no ar ou no mar.

Com relação às operações aéreas, pilotos das aeronaves e equipes de manobra e crache dos navios foram (re)qualificados para pousos a bordo. Inclusive, na “Aspirantex 2024”, o Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico” atingiu a marca de quatro mil pousos no seu convés de voo. Caças AF-1 da Marinha sobrevoaram os navios da Esquadra em simulação de ataque. Os helicópteros realizaram voos de esclarecimento para melhorar o processo de identificação de possíveis inimigos e subsidiar os comandantes dos navios na tomada de decisão para uma rápida ação e o combate.

As Fragatas (navios-escolta) e o “Atlântico” (unidade de maior valor) praticaram exercícios como Leap Frog (manobras de aproximação) e Light Line (manobras de manutenção da posição e distância entre os navios). Além disso, foram exploradas táticas de abordagem a contato de interesse. Como parte do treinamento, os navios foram abordados por um destacamento de Mergulhadores de Combate (MEC) da MB, por meio de fast rope (técnica de desembarque rápido de um helicóptero para um ambiente hostil com uso de cabo). Os MEC inspecionaram os compartimentos da embarcação, interrogaram os tripulantes e os apresaram.

Houve, ainda, a transferência de carga entre navios com apoio de helicóptero com um gancho externo, onde o material foi fixado. Esta técnica, conhecida como VERTREP (Vertical Replenishment), permite reabastecer o navio em alto-mar e elevar a sua autonomia, sem necessidade de interromper a navegação para reabastecimento, por exemplo.

Um Veículo Aéreo Não Tripulado (drone) foi lançado a partir do Navio-Patrulha Oceânico “Apa”, no litoral do Rio de Janeiro, para realizar buscas de um alvo pré-definido e transmitir as imagens captadas em tempo real para o comando, a fim de auxiliar as decisões em um conflito simulado.

Em paralelo, os navios tiveram de enfrentar ações de guerra cibernética, que compreendem testes para interromper, negar, degradar, corromper ou destruir informações, ou sistemas computacionais e redes de comunicações das unidades envolvidas. Embarcações hostis, simuladas por lanchas da MB, tentaram se aproximar dos navios da Esquadra. Para enfrentar essas ameaças, foi empregado o uso gradual da força, utilizando recursos não letais para neutralizar os oponentes.

O poder de combate e de fogo foi avaliado em ações diurnas e noturnas. Granadas Iluminativas, alvos aéreos luminosos, foram lançadas à noite e atingidas por tiros de canhões dos navios. De dia, os navios miraram em um alvo inflável, de cor laranja, que foi lançado no mar. O preparo contínuo da Esquadra se faz necessário para contribuir com a garantia da segurança da navegação, da defesa da Pátria e dos recursos da Amazônia Azul.

Meios navais e aeronavais na “Aspirantex 2024”:

  • Helicópteros UH-12 “Esquilo”, UH-15 / AH-15B “Super Cougar”, SH-16 “Seahawk”, AH-11B “Wild Lynx”, IH-6B “Bell Jet Ranger III”;
  • Veículo Aéreo Não Tripulado RQ-1 “ScanEagle”; e
  • Caças AF-1 “Skyhawk”.
  • NAM “Atlântico”;
  • Fragatas “Defensora”, “Constituição”, “Liberal”, “Independência” e “União”;
  • Corveta “Julio de Noronha”;
  • Submarino “Tikuna”.

Atividades da MB em apoio ao Estado e visitação pública

Nos dias 19 e 20 de janeiro, ocorreu uma grande ação cívico-social em Fortaleza (CE). Cerca de 120 pessoas foram atendidas por militares médicos – pediatria, ortopedia, neurologia e clínica geral – e dentistas a bordo do NAM “Atlântico”. A ação aconteceu em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.

Na casa de acolhimento a idosas Recanto do Sagrado Coração de Jesus, localizada na capital cearense, foram entregues donativos que incluíram mais de uma tonelada de alimentos não perecíveis e materiais de higiene pessoal. Já na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral “Matias Beck”, na mesma cidade, militares da Marinha realizaram reparos de hidráulica e elétrica, além de pinturas da fachada e da quadra esportiva.

Aspirantes da Escola Naval e militares dos navios da MB foram voluntários para doar sangue no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará, a fim de colaborar com o estoque de bolsas de sangue da organização. Cem militares compareceram ao local para o ato de solidariedade.

Em três dias de visitação pública, os navios da Esquadra receberam 24,9 mil pessoas nos portos das cidades de Fortaleza (CE), Natal (RN), Cabedelo (PB), Natal (RN), Salvador (BA), Maceió (AL) e Vitória (ES). Além de conhecer o maior navio de guerra do País, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer as viaturas blindadas dos Fuzileiros Navais e helicópteros da Marinha do Brasil.

Os visitantes ainda aprenderam sobre os equipamentos utilizados por militares da MB, como: aeronaves remotamente pilotadas; míssil de superfície; de mergulho; e de tiro de precisão e combate em ambiente confinado. Esta foi uma experiência para aproximar a sociedade brasileira da cultura naval e as tradições marinheiras, além dos meios navais e aeronavais da Força, que são empregados para garantir a defesa da Pátria e da Amazônia Azul.

Informações da Agência Marinha de Notícias

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