Em uma cena digna de filme, um caça francês Mirage 2000 voa lento para conseguir interceptar e acompanhar um helicóptero militar.
O voo especial foi realizado durante um treinamento de cooperação entre o Exército e a Força Aérea da França, a Armée de l’air. Nele, os novos pilotos são colocados a prova num difícil voo, no qual a missão é acompanhar um helicóptero NH90.
O NH90 é um helicóptero de transporte feito para a OTAN pela Airbus, Leonardo e Fokker, e tem velocidade máxima de 300 km/h (162 nós).
Já o Mirage 2000-5 do Esquadrão de Caça 1/2 Cigognes tem velocidade máxima de 2.336 km/h, duas vezes acima da velocidade do som, graças ao seu potente motor com pós-combustão e suas asas enflechadas.
E este exato enflechamento das asas complica a vida do piloto em velocidades baixas, deixando o avião mais instável e com velocidade de estol (onde se perde a sustentação e o avião começa a cair) bem alta, algo natural de um caça.
Com isso, o piloto deve manter o nariz da aeronave bastante alto, mas não muito próximo do ângulo do estol, a fim de conseguir manter a sustentação ao atingir a velocidade do helicóptero, que é muito mais lento. Alguns estudos até exploraram a capacidade de voo a baixas velocididades do Mirage 2000, como mostra este link.
Nos frères d’armes du 1er RHC, qui servaient donc de plastron, ont mis à profit cette mission pour valider leurs stratégies d’évasion et parfaire leur technique du vol tactique. pic.twitter.com/t4pPN19Get
— Escadrons de Chasse français (@EscadronsChasse) April 29, 2022
O caça Mirage 2000 já foi operado por alguns anos pelo Brasil como sucessor do Mirage III, e agora a tradição da asa em Delta na aviação militar brasileira retorna com a chegada do sueco SAAB Gripen.
