No último sábado, 22 de janeiro, um Airbus A320 da companhia aérea Jetblue, registrado sob a matrícula N760JB, estava partindo no voo B6-1748 de Hayden para Fort Lauderdale, ambas cidades nos Estados Unidos, quando a cauda da aeronave entrou em contato com a superfície da pista 10 às 11:57 locais (19:57Z), segundo reportou o The Aviation Herald.
Apesar a ocorrência de “tail strike”, os pilotos não haviam tomado conhecimento do fato e continuaram a subida normalmente, até os 31 mil pés de altitude (9,45 km), quando o Centro de Controle de Denver encaminhou-lhes uma mensagem informando que foi observado o contato de cauda do jato na pista durante a decolagem.
Os pilotos posteriormente decidiram desviar para Denver, onde a aeronave pousou na pista 35R sem mais incidentes cerca de 45 minutos após a partida de Hayden. Segundo o relato do AvHerald, uma inspeção constatou que a aeronave sofreu danos substanciais. Ela permanece em solo até esta quarta-feira, quatro dias após o incidente.
Adicionalmente, um leitor alertou ao AvHerald que um bimotor Beechcraft King Air 350 estava se aproximando da pista 28 (cabeceira em direção oposta da mesma pista da decolagem do A320) no momento da partida, e que o A320 da Jetblue pode ter sofrido a colisão de cauda como resultado de uma manobra para evitar o risco diante da aeronave se aproximando de frente.
Note que a possibilidade de o tail strike ter ocorrido por consequência do outro avião é apenas uma suposição, sem confirmação oficial. O único fato concreto é a presença de uma aeronave em aproximação enquanto a outra decolava e sofreu o contato da cauda com o solo.
De acordo com os dados FAA ASDI (dados de rastreamento de radar), o Beechcraft 350 registrado sob a matrícula N350J, chegando de Fort Smith, de fato estava se aproximando da pista 28 de Hayden no momento da ocorrência e pousou às 11:58 locais (19:58Z), pouco mais de 100 segundos após a partida do A320.
As plataformas online de rastreamento de voos também registraram a posição aproximada dos aviões naquele momento. Nas imagens a seguir, note a aeronave A320 na pista com o bimotor King Air já próximo do aeroporto no sentido contrário:
Segundo os dados analisados pelo AvHerald, no momento em que o A320 deixou o solo, o Beech 350 estava a 2,85 milhas náuticas (5,3 km) da cabeceira 28 em sua descida, cruzando cerca de 900 pés (274 metros) em relação ao solo.
Em seguida, no momento em que o B350 pousou, o A320 estava em sua subida cruzando cerca de 2.200 pés (670 metros) em relação ao solo por volta de 2,2 milhas náuticas (4,1 km) além da cabeceira 28, em uma ligeira curva à direita afastado cerca de 0,4 milha náutica (740 metros) da linha central da pista.
O Yampa Valley Airport de Hayden possui uma pista de 3.048 metros de comprimento a uma altitude de 2.010 metros. O aeroporto não possui torre de controle, sendo utilizada uma frequência de comunicação direta entre os pilotos.
O NTSB, órgão que investiga incidentes e acidentes dos meios de transporte dos Estados Unidos, abriu uma investigação sobre a ocorrência, classificando-a como um acidente.
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, FAA, informou em seu sistema de cadastro de incidente e acidente que “A aeronave sofreu um tail strike na partida em Hayden”, definindo o dano como “desconhecido” e classificando a ocorrência como “incidente”.
Até o momento, nem a FAA nem o NTSB mencionaram a presença de outra aeronave na rota de partida ou a possibilidade de perda de separação/possível colisão.
