A Boliviana de Aviación (BoA), companhia aérea estatal da Bolívia, recebeu seu nono Boeing 737-800 na última segunda-feira (2). Em menos de um ano, a empresa incorporou cinco aeronaves do mesmo modelo.
O avião em questão possui matrícula CP-3206 (msn 37746) e, assim como as demais aeronaves incorporadas, tem capacidade para 168 passageiros em classe única e operará voos domésticos e internacionais de médio alcance. Em seu traslado até a Bolívia, a aeronave decolou da Irlanda, fez uma parada de reabastecimento em Fortaleza, e depois seguiu viagem, como mostram plataformas de rastreamento de voos.
O jato pertence à empresa de leasing irlandesa SMBC (uma subsidiária do banco japonês Sumitomo Mitsui) e o contrato tem valor de US$ 146.000 por mês. A aeronave tem 13,1 anos e já pertenceu à Air Berlin, Pegasus, Jet Airways e Gol Linhas Aéreas, onde voou entre 2019 e 2021 sob a matrícula brasileira PR-GZG.
Na época, o jato em questão havia sido adquirido pela Gol como “tampões”, num momento em que o Boeing 737 MAX tinha sido impedido de voar e que a Avianca Brasil tinha acabado de sair do mercado. Em novembro passado, a BoA também recebeu um desses jatos usado pela Gol, o de matrícula CP-3204, antigo PR-GZE, conforme noticiado pelo AEROIN.
De acordo com o site Aviacionline, os executivos do Ministério de Obras Públicas, Serviços e Habitação e da BoA apresentaram o novo avião no Aeroporto Internacional Jorge Wilsterman, em Cochabamba, base da companhia.
O ministro da pasta do Estado, Edgar Montaño, afirmou que a chegada da aeronave cumpre o objetivo de melhorar as operações, a qualidade do serviço e eliminar os atrasos nos voos.
“Agora não terá que haver desculpas para atrasos e atrasos. Não vamos permitir que afetem a imagem da companhia aérea para todos os bolivianos, por isso faremos rigorosos controles permanentes por parte da ATT e da DGAC para dar a eles o serviço de qualidade que merecem”, acrescentou.
Perante algumas queixas no serviço da BoA, a autoridade do Estado sustentou que serão identificados “aqueles maus funcionários” que tentam boicotar a boa gestão, de forma a sancioná-los nos termos do regulamento.
Por sua vez, o gerente da BoA, Ronald Casso, informou que as características do Boeing 737-800 também requerem uma melhoria nas capacidades operacionais e de manutenção da Boliviana de Aviación, razão pela qual a construção do hangar de manutenção no Terminal de Cochabamba está dentro do cronograma e sua conclusão está prevista para maio deste ano.
No segmento doméstico, a BoA utiliza o seu Boeing 737-800 nas seguintes rotas:
- Santa Cruz de la Sierra para Cochabamba, La Paz e Tarija.
- La Paz para Cobija, Cochabamba, Sucre e Trinidad.
- Cochabamba para Oruro, Sucre, Tarija e Trinidad.
No mercado internacional, operam de Santa Cruz de la Sierra a Buenos Aires/Ezeiza, na Argentina; Lima, no Peru, e São Paulo/Guarulhos, no Brasil. Como continua recebendo mais Boeing 737-800, a empresa planeja adicionar novos destinos em 2023. Em sua mira estão Cancún, no México; Punta Cana, na República Dominicana; Assunção, no Paraguai; e Santiago, no Chile. A Boliviana quer que Santa Cruz de la Sierra seja um centro de conexão para a América do Sul.
A frota atual da BoA chega a 26 unidades:
- 5 Boeing 737-300
- 4 Boeing 737-700
- 9 Boeing 737-800
- 4 Boeing 767-300ER
- 2 Mitsubishi CRJ 200
Mais aeronaves em 2023
A empresa está em fase de modernização de frota, com a qual substituiria todos os seus Boeing 737-300 e Boeing 767. Como parte de seu programa de renovação, a estatal planeja adicionar à sua frota três aeronaves Airbus A330-200 encomendadas na FIDAE 2022. No entanto, há atrasos na entrega do A330 devido a problemas nos serviços de MRO e na cadeia de suprimentos, um problema que afeta o setor globalmente.
Ronald Casso, gerente geral da Boliviana de Aviación, disse durante o ALTA Forum em outubro passado que os três Airbus A330-200 estão na Europa (Birmingham, Itália e Alemanha) e foram anteriormente operados pela Virgin Australia.
As aeronaves manterão o interior da antiga empresa, com classe executiva e econômica melhor que seus antigos Boeing 767. Terão pintura renovada, entretenimento a bordo e novo serviço de alimentação.
A BoA também planeja incorporar um terceiro CRJ 200 para melhorar a rede de destinos nacionais, agregando cidades como Rurrenabaque, Riberalta e Guayaramerín.
Casso instou o governo boliviano a melhorar os aeroportos existentes para que a Boliviana de Aviación possa operar. Nos últimos anos, aeroportos como Chimoré, Monteagudo, Ixiamas e San Ignacio foram inaugurados na Bolívia, mas não tiveram demanda suficiente para sustentar voos regulares.
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