Com prejuízo de R$ 7,2 bilhões, GOL apresenta seus resultados de 2021

Boeing 737-MAX 8 da Gol

A GOL Linhas Aéreas apresentou nesta segunda-feira, 14 de março, seus resultados operacionais e financeiros referentes ao 4º trimestre de 2021 (4T21) e também ao consolidado de todo o ano de 2021.

Após um prejuízo líquido de R$ 5,988 bilhões em 2020, o ano seguinte ainda se mostrou de grande desafio para a companhia, resultando em prejuízo 20% maior, chegando a R$ 7,221 bilhões.

Muito desta piora no prejuízo se deveu ao resultado operacional, em que as receitas líquidas, advindas do transporte de passageiros, cargas e outros, aumentaram 16,7%, passando dos R$ 6,371 bilhões de 2020 para R$ 7,433 bilhões em 2021, enquanto os custos e despesas operacionais, compostas por pessoal, combustível, tarifas, serviços, publicidade, manutenção, entre outros, aumentaram 53,9%, passando dos R$ 7,323 bilhões de 2020 para R$ 11,268 bilhões em 2021.

Embora o grande prejuízo, muitos indicadores apresentam evoluções positivas, como a maior Receita Líquida trimestral desde o início da pandemia, gerando expectativas de que os resultados possam ser gradativamente melhores conforme ocorre a recuperação da aviação associada a uma melhor eficiência operacional, decorrente das mudanças feitas para enfrentar o período de crise.

A título de comparação, a Azul Linhas Aéreas encerrou 2021 com prejuízo líquido de R$ 4,767 bilhões, e o grupo LATAM, com prejuízo de US$ 4,67 bilhões (R$ 23,6 bilhões na conversão atual de moeda).

Veja a seguir algumas das informações apresentadas nesta segunda-feira pela companhia.

GOL Linhas Aéreas – Resultados 4T21 e 2021

Mensagem da administração, por Paulo Kakinoff, CEO:

“Em 2021, com o propósito de ‘ser a primeira para todos’, fizemos progressos significativos em diversos indicadores de sucesso, derivados de nosso modelo de negócios vencedor, de nossa frota flexível e altamente eficiente com um único tipo de aeronave, e da experiência ao Cliente que proporcionamos, o que reforça a preferência por nossa marca.

Tudo o que conquistamos durante a pandemia só foi possível pela confiança que obtivemos do nosso incansável e competentíssimo Time de Águias, e dos nossos Clientes, fornecedores e investidores.

Para 2022, manteremos foco na transformação da frota para o 737-MAX. Prevemos que até o final do ano estarão em operação 44 aeronaves desse modelo, representando cerca de 30% da frota total. Como consequência deste processo de modernização, esperamos redução de aproximadamente 8% no custo unitário (CASK).”

Sumário dos Resultados do 4T21

• O número de Passageiro Quilômetro Transportado Pago (RPK) aumentou 16,6% em relação ao 4T20, e atingiu 67,3% do observado no 4T19. O RPK de dez/21 foi 74,3% do registrado em dez/19;

• O total de Assento Quilômetro Ofertado (ASK) cresceu 14,5% versus o 4T20, e alcançou 66,5% do 4T19. O ASK de dez/21 foi 74,5% do registrado em dez/19;

• No 4T21, a GOL transportou cerca de 6,5 milhões de Clientes, um aumento de 26,1% em relação ao 4T20, e registrou 67,9% do observado no mesmo período em 2019. Em dezembro/21, foram transportados 2,5 milhões de Clientes, 72,2% do realizado em dez/19;

• A taxa de ocupação média das aeronaves (load factor) foi de 82,6%, um aumento de 1,5 p.p. em relação ao 4T20. Essas elevadas taxas de ocupação resultam da eficiente gestão de capacidade da GOL, suportada por ferramentas proprietárias de data analytics;

• A utilização das aeronaves foi de 11,5 horas por dia no 4T21, um ganho significativo de produtividade de 29,2% na comparação anual;

• A Receita Líquida foi de R$2,9 bilhões no 4T21, 54,5% superior ao 4T20 e a maior desde o início da pandemia. Cerca de 3,9% desse montante foi originado no negócio de cargas (GOLLOG) e no programa de fidelidade (Smiles);

• A Receita Líquida por Assento Quilômetro Ofertado (RASK) foi de R$33,15, maior em 34,9% versus o 4T20 e 15,5% maior em relação ao 4T19;

• O yield médio por passageiro no 4T21 alcançou R$38,58, um aumento de 40% na comparação com o 4T20 e maior em 16,3% versus o 4T19. Ele foi positivamente influenciado pela otimização na gestão do inventário de assentos da Companhia, pós-integração completa da Smiles e investimentos em tecnologia e sistemas de
TI;

• O Custo por Assento Quilômetro Ofertado (CASK) ajustado foi de R$23,43, um aumento de 16,8%, fortemente influenciado pelo CASK combustível que aumentou 81,5%. O custo estritamente relacionado à frota operacional (CASK Ex-Fuel Ajustado) no período foi de R$11,92, representando uma redução de 13,1% em relação ao 4T20;

• O EBIT ajustado foi de R$856,6 milhões com margem alcançando 29.3%, 11.0 p.p. acima do 4T20 e 4,2 p.p. inferior ao 4T19, à medida em que a demanda prosseguiu sua tendência de retomada;

• O EBITDA ajustado atingiu R$1,052 milhões, equivalente a uma margem de 36,0% e 6.5 p.p. acima do 4T20, também evidenciando os bem-sucedidos esforços da Companhia para equilibrar oferta com demanda;

• O Prejuízo Líquido foi de R$682,1 milhões, excluindo variações cambiais e monetárias, despesas líquidas não recorrentes, ganhos relacionados ao Exchangeable Notes e resultados não realizados de capped calls;

• A relação dívida líquida (incluindo 7x os pagamentos anuais de arrendamentos e excluindo bônus perpétuos) sobre o EBITDA ajustado UDM foi de 9,7x em 31/12/2021; e

• A geração de caixa foi R$6,3 milhões/dia, incluindo entradas e saídas operacionais e pagamentos de arrendamento. Ao final do trimestre, incluindo os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados, as fontes potenciais de liquidez da Companhia eram de aproximadamente R$5,7 bilhões.

Demonstrações dos Resultados de 4T21 e de 2021

Para ler o relatório completo de resultados, acesse a página da companhia clicando aqui.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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