Comissária de bordo testa positivo para Covid e faz voo mesmo assim

Receba as notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.

A chegada da pandemia do coronavírus trouxe uma revolução de novos procedimentos obrigatórios para as empresas aéreas, principalmente no que diz respeito à segurança para evitar contágio entre colaboradores de linha de frente, mas nem sempre a regra é tão levada assim tão a sério.

Uma história vinda da companhia indiana Air India Express ganhou notoriedade, visto que supostamente uma comissária sênior da companhia havia sido autorizada a voar mesmo tendo testado positivo para COVID-19 minutos antes de assumir a programação.

Os tripulantes programados para voos internacionais, seguindo as medidas de segurança sanitárias mundiais, são submetidos a testes antes de assumir programações internacionais previamente estabelecidas através de suas escalas.

Segundo relatos do portal Hindustan Times, a tripulante de 44 anos havia sido submetida ao teste dia 12 de novembro para assumir uma programação internacional dia 14 de novembro. Até aí nenhuma irregularidade e ela se dirigiu para fazer o teste.

No ponto

O grande problema foi que dia 13 de novembro, um dia antes do voo internacional, a tripulante foi colocada para fazer outro voo, doméstico, que saía de sua base, Delhi, operaria durante o dia todo e retornaria para o mesmo aeroporto.

Cerca de 50 minutos antes de assumir a programação do dia 13, a tripulante recebeu a notícia de ter testado positivo para COVID-19. Mesmo tendo notificado isso ao supervisor, ela cumpriu toda a programação de sua escala, sabendo que esse procedimento era contra as normas sanitárias vigentes no mundo.

“Sambarilove”

Em comunicado através de seu porta-voz, a Air India Express se defendeu dizendo que o trecho no qual a tripulante operou, bate-volta Delhi-Madurai, não tem obrigatoriedade de testagem para seus tripulantes e que, assim que a comissária chegou de volta, foi colocada em quarentena conforme normas sanitárias.

O portal indiano ainda relata graves tentativas de funcionários internos apagar o teste positivo do sistema e dar vazão para as demandas das tripulações.

A publicação diz que fontes da companhia aérea informaram que o teste positivo da tripulante havia sido apagado do sistema, ou seja, não teriam provas de que ela testara positivo minutos antes do voo. Eles ressaltam também que a adulteração de dados já registrados em sistema é ilegal.

Inaceitável

Já um funcionário do alto escalão da empresa indiana contemporiza dizendo que está dentro das normas um tripulante cumprir suas programações após realização do teste, mesmo ainda não tendo recebido resultado. Mas que é inaceitável colocar qualquer tripulante na operação de voos tendo a confirmação do teste positivo.

Para o especialista em aviação Vipul Saxena, “esta é uma violação flagrante das normas de segurança e do protocolo de Covid-19. O chefe da segurança de voo deve ser responsabilizado. Uma investigação detalhada deve ser iniciada para verificar os sintomas da tripulante e também se ela foi forçada a pegar o voo”.

A companhia Air India Express já havia sofrido sanções restritivas da Autoridade de Aviação Civil de Dubai (DCCA) após um passageiro do trecho Jaipur – Dubai ter testado positivo ao chegar nos Emirados Árabes. As operações da companhia entre a Índia e Dubai foram suspensas após o dia 2 de outubro e só foram retomadas após intermediações diplomáticas e um pedido de desculpas da companhia ao órgão regulador árabe.

Claudio Brito
Claudio Brito
Apaixonado por aviação desde o berço como filho de comissário de bordo, realizou o sonho de criança se tornando comissário em 2011 e leva a experiência de quase 10 anos no mercado da aviação. Formado Trainer em Programação Neurolinguística, conseguiu unir suas duas paixões, comunicação e aviação.

Veja outras histórias